segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feliz Natal ?


Autora: Catarina Mexia

Disfarçar a tristeza, a solidão ou o luto durante o Natal é uma situação que apenas acrescenta sofrimento à dor que sentimos. São estados de alma que, no entanto, podemos gerir melhor.


O Natal e o fim de ano são datas incontornáveis. Os seus sinais invadem-nos e subitamente o mundo que nos rodeia fica colorido com luzinhas brilhantes, o Pai Natal espreita em cada esquina e o irresistível chamamento das montras leva- nos a contemplar os desejados presentes. O Natal entra em nossa casa através da publicidade na televisão. Invariavelmente, a mensagem é de felicidade generalizada. Familiares, colegas de trabalho e amigos parecem apostados em ganhar a corrida das compras. Associado a todas estas questões está implícita a alegria e o entusiasmo antecipado de quem vai ter um grande prazer em receber aquela prenda tão desejada.

Muitos de nós acabamos por associar a noção de felicidade, quem sabe repetindo o prazer da magia dos natais da infância. São momentos mágicos, onde a harmonia familiar é reinventada, os brindes se sucedem e a esperança num futuro melhor é reafirmada. São dias especiais, dias em que é quase obrigatório estar feliz e por aí se mede a nossa sensação de integração social.

Disfarçar a tristeza. Por estar tão associada à felicidade, a quadra natalícia é uma altura em que a dor, o desgosto e a solidão não deveriam estar presentes e se tornam difíceis de gerir. A ausência de alguém muito querido é ainda mais sentida. Faltam forças para resistir à agitação familiar, para organizar a consoada e para estarmos felizes, especialmente para com os mais novos.

A pressão de ter que corresponder às expectativas dos outros, de disfarçar a tristeza para não estragar a festa ou de nos sentirmos obrigados a conviver são situações que apenas acrescentam sofrimento à nossa dor. Todavia, estas podem ser geridas com menos sofrimento.

A palavra de ordem terá que ser "protecção", permitindo-nos não fingir gostar do insuportável e deixar que os amigos e familiares conheçam os nossos sentimentos. Devemos procurar as suas opiniões, a sua ajuda sobre a melhor forma de lidar com estes momentos, porque ignorá-los não fará a dor desaparecer mas partilhá- los poderá ajudar a suportar a solidão. Fazê-lo com antecedência é também importante. Partilhar o nosso estado de espírito vai permitir que os outros ajustem as suas maneiras de agir, quebrando o tabu paralisante de não falar na perda ou na dor a ela associada.


Direito aos sentimentos. Ás crianças deveria ser autorizada a liberdade de exprimir a saudade e tristeza e de questionarem os adultos sobre a melhor forma de lidarem com a situação sem constrangimentos. A sinceridade e disponibilidade dos adultos são necessárias para que isso seja possível. Numa época em que toda a gente exibe sorrisos bem dispostos, estar triste é destoar. Contudo, todos nós podemos conquistar o direito aos nossos sentimentos dissonantes. Embora seja habitual festejar de acordo com rituais socialmente estabelecidos, estes podem cumprir-se de forma diferente, em acções que tenham significado individual, com sentido próprio, que integrem a dor e ajudem a curá-la.

Separação. O divórcio é outra das situações particularmente difíceis para viver na época natalícia. É necessário reorganizar a família, construir novas formas de celebrar e novos motivos de celebração. O círculo social transforma-se, especialmente no primeiro ano. Os amigos do outro, ou de ambos, podem já não fazer parte das relações mais próximas. As crianças continuam a esperar um Natal cheio de prendas. E o consumismo que nos caracteriza não é compatível com a perda de capacidade financeira resultante de uma separação. Boa disposição e muita criatividade precisam-se.

domingo, 29 de novembro de 2009

E quem ajuda os psicólogos?

Pois é, os psicólogos também podem ser clientes!

http://www.youtube.com/watch?v=PSBOMvj3t_8

Saúde mental: é mesmo?

Para pensar:

http://www.youtube.com/watch?v=iIydrSMyNq0

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia Internacional dos Direitos da Criança

A 20 de Novembro comemora-se o Dia Internacional dos Direitos da Criança, pois foi nessa data, em 1959, que a Organização das Nações Unidas aprovou a Declaração dos Direitos da Criança, com 10 Princípios. A equipa da Oficina de Psicologia quis juntar-se a esta comemoração através de pequenos textos que expressão a sensibilidade dos seus colaboradores para cada um dos 10 princípios:


Princípio I – Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

• A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer excepção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição económica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.

Ser Criança é ter o direito a ser diferente e especial, na igualdade entre as crianças;

Ser Criança ultrapassa as fronteiras, não se define nas crenças, é comum a todos os tons de pele e resume-se a uma única língua: a do amor

Ser Criança é crescer nesse lugar de afectos, numa regra sem excepções ou desculpas, onde simplesmente existe o direito de Ser Criança e de Sorrir :)

Ser Criança é ser-se mais pequeno ou mais crescido, mas nunca menos criança.

Hugo Santos

Princípio II - Direito a especial protecção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

• A criança gozará de protecção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.

Para as crianças poderem crescer física, mental e socialmente saudáveis, é nossa responsabilidade garantir-lhes um espaço seguro, mas com liberdade, para lhes podermos dizer:
* Anda, Corre, Dança, Salta, Trepa, Rebola, Cai, Levanta-te… para seres mais forte!
* Pensa, Afirma, Nega, Questiona, Investiga, Descobre, Lê, Estuda, Aprende… para conheceres-te a ti e tudo o que te envolve!
* Fala, Ouve, Brinca, Ri, Chora, Zanga-te, Ama, Abraça, Respeita, Confia… para pertenceres ao mundo!

…Assim cumpriremos o nosso dever para com elas
Joana Florindo

Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.

• A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.

Se eu te der o teu nome saberás sempre quem és, se te disser de onde és saberás sempre para onde voltar….Tu és … e este nome tem uma criança e tu tens uma identidade
Catarina Mexia

Princípio IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.

• A criança deve gozar dos benefícios da assistência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, como à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.

Dentro e fora do ventre materno a criança tem direito a crescer em condições saudáveis. Após o nascimento todas as crianças têm o direito a uma alimentação adequada e a um ambiente seguro, quentinho e afectuoso onde se possam continuar a desenvolver.
Ana Magalhães

Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

• A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.

Se para qualquer criança a estrada para o futuro tem algumas curvas, para aquelas cujos caminhos são diferentes da maioria é necessário e fundamental reforçar os cuidados e o amor.

O que mais atrasa uma criança com deficiência é mantê-la isolada ou tratá-la de uma forma diferente das outras crianças.
Ana Magalhães


Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

• A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso da sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade dos seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afecto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade da sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Hoje convido-vos a recordar, quando pela última vez fizeram uma viagem ao mundo infantil ao lado de uma criança? Aquela viagem, onde segundo palavras da psicoterapeuta infantil V.Oaklander, os adultos “fazem-se mais pequenos” e deixam de “puxar” a criança até à sua altura? Uma visita de respeito para um espaço enigmático, onde há lugar às florestas mágicas, tribos desconhecidos, castelos, onde os papeis de castigadores e missionários do conhecimento são desnecessários ou são desempenhados pelas próprias crianças.
Sente que tem dificuldade em partilhar com a criança esse mesmo mundo? Então, experimente o seguinte: “feche os olhos e em pensamento volte ao tempo quando você tinha idade do seu filho, sobrinho, neto, aluno e imagine algo que o deixava feliz, num estado de excitação positiva; algo o que tinha, que fazia, os seus amigos, conhecidos ou familiares, também algo que o deixava triste, desamparado… Experimente entrar em contacto com tudo que vai surgir na sua fantasia, como se tivesse a reviver as sensações, preocupações, alegrias da infância ou da adolescência. Depois de terminar, experimente olhar para as crianças com quem convive no seu dia-a-dia com os olhos da sua criança e veja e confie no que irá surgir.
Amar e compreender é fácil, desde que conseguimos ir em direcção à criança, em vez de puxá-la para um caminho mais confortável e conhecido por nós, adultos…
Irina António

Princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

• O interesse superior da criança deverá ser o interesse director daqueles que têm a responsabilidade pela sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, aos seus pais.

• A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos à educação; a sociedade e as autoridades públicas esforçar-se-ão para promover o exercício deste direito.

• A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça a sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades – desenvolver as suas aptidões e a sua individualidade, bem como o seu senso de responsabilidade social e moral.

A criança tem direito a receber educação gratuita, para poder ter igualdade de oportunidades para desenvolver as suas capacidades cognitivas e mentais e o sentido de responsabilidade moral e social, que fará dela um Homem maior.

A criança tem ainda todo o direito de brincar e de se divertir, porque como diz o poeta ”Sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança”.
Isabel Policarpo

O princípio sétimo da Declaração Universal dos Direitos da Criança diz-nos que todas as crianças devem ter o direito a uma educação gratuita e a usufruir de tempo de lazer e brincadeira. Deixo para as associações que com tanto esforço promovem estes direitos junto de pais, educadores e crianças o trabalho de esclarecer sobre este direito fundamental. 

Por mim, vou fazer apenas um pedido neste dia: deixem as crianças ser... crianças! 
Se eu bem me lembro, era quase um requisito desse estatuto de ser criança fazer disparates e tolices, um dia ser uma fada para no outro me transformar numa princesa de um reino distante, chegar suja a casa de tanta brincadeira, trambolhão e trapalhada ou, simplesmente de rebolar pelo chão de tanto rir; de vez em quando juntar uma camisola amarela com saia verde e meias cor-de-rosa sem que me fizessem sentir que estava ridícula... quando na verdade estava a mascarar-me de arco-íris!
Hoje em dia, na geração das super-mamãs e super-papás, também queremos ter super-filhos, com notas espectaculares, que cheguem limpinhos da escola, com aulas de inglês, francês, piano, natação, ballet... e mais um par de botas. Cuidado, malta! Muita da aprendizagem vem de onde menos se espera... do tempo de brincadeira, ou de pura tolice, que desperta os sentidos, estimula a imaginação e faz voar mais alto.
Ah, e já agora... divirtam-se com elas!
Patrícia Aguiar

Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

• A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber protecção e auxílio.

Se a sobrevivência é um instinto básico de qualquer ser humano,

Se uma criança é um ser humano em desenvolvimento,

Salvar uma criança é um instinto básico para assegurar a existência humana.

Providencie a assistência imediata a uma criança em perigo,

Ela tem o direito a ser protegida e socorrida por si.

Nuno Mendes Duarte

Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.

• A criança deve ser protegida contra todas as formas de abandono, crueldade e exploração. Não será objecto de nenhum tipo de tráfico.

• Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança se dedique, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar a sua saúde ou a sua educação, ou impedir o seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

O bebé humano nasce totalmente dependente, ao contrário da maioria dos animais e essa imaturidade permite-lhe enriquecer enormemente as suas capacidades futuras.

A fragilidade das Crianças tem que ser protegida, a todo o custo para que as gerações futuras possam ser mais fortes e sábias.
Esteja atento para este princípio e não vire os olhos; denuncie. É urgente proteger as Crianças.
Ana Magalhães

Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

• A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar as suas energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes.

A infância deve ser pautada por um princípio básico da existência humana: o direito à liberdade de escolha. A consideração que a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros, exerce um papel de especial relevo quando falamos de um ser que muito dificilmente consegue fazer valer os seus direitos. A nossa preocupação deve estar focada não no julgamento das diferenças raciais, religiosas ou de qualquer outra natureza, mas sim no exercício da compreensão, da tolerância e da amizade, para que os frutos da nossa educação possam fazer valer estas máximas e praticá-las, por sua vez, no contacto com os outros.
Talvez devêssemos parar para pensar o que queremos de facto transmitir às gerações vindouras e, por que não, ouvir com muita atenção o que as crianças têm a dizer sobre o assunto. Temos muito a aprender com elas! Experimente…

Ana Crespim

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hiperactividade & Défice de Atenção


Autora: Mónica Machado - Oficina de Psicologia Porto



Um dos grandes teóricos do desenvolvimento humano referiu que nos
desenvolvemos segundo uma ordem cronológica, em que factores
hereditários, o meio no qual nos inserimos e a estimulação que esse
meio proporciona, postula a adaptação e construção de estruturas
mentais que serão utilizadas no decorrer da nossa vida. Esse grande
teórico foi Piaget e hoje, mais do que nunca, devemos ter em conta as
suas palavras, os seus conhecimentos e a sua teoria, que salienta que
as crianças apresentam momentos para a aprendizagem e para o
desenvolvimento cognitivo e emocional.

As crianças de hoje parecem-nos obrigadas a crescer rapidamente e são
alvos de rótulos apenas porque se apresentam como diferentes. Hoje,
verificamos que uma criança mais irrequieta nos aparece rotulada com
hiperactividade e défice de atenção, quando muitas das vezes apenas
apresenta uma atenção deficitária, que necessita de ser estimulada.

Lembrem-se, as crianças precisam de brincar, de correr, de saltar…não
é por ser menos parada que é diferente! Preocupem-se mais se ela não
brincar, não correr, não saltar…

Na http://www.oficinadepsicologia.com/ existe um espaço para as crianças e seus desafios!

Ansiedade


Autores: Mónica Machado & Pedro Albuquerque - Oficina de Psicologia Porto




Todos os pessoas sofrem de ansiedade: é ela que nos faz reagir em
situações de perigo e ameaça; é ela que nos faz fugir; agir e tomar
decisões perante situações futuras que entendemos serem importantes. É o medo que sentimos que nos faz evitar certos constrangimentos, alertando-nos para o perigo que alguma coisa possa correr da forma que não queremos.

A ansiedade pode manifestar-se em diferentes momentos: numa crise; no luto; perante um perigo real ou imaginado; na antecipação de uma ameaça. É o medo que pode levar a que as pessoas se sintam desconfortáveis com os sintomas no corpo, tais como suores frios, dificuldade em respirar, aumento do batimento cardíaco, e que as faz terem comportamentos de evitamento dessas situações tidas como ameaçadoras.

A ansiedade só se apresenta como um problema quando interfere com a vida social, pessoal, profissional ou estudantil da pessoa.

Não devemos deixar que a ansiedade ou o medo que sentimos nos leve ao evitamento, devemos ser capazes de a enfrentar, encontrando soluções para a resolver e ensinar o nosso corpo e a nossa mente a relaxar perante este estado transitório de mal-estar.

Lembre-se, existem soluções em http://www.oficinadepsicologia.com/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dia Mundial do Não Fumador.

Autora: Ana Magalhães

A 17 de Novembro comemora-se o Dia Mundial do Não Fumador

A Oficina de Psicologia pretende cumprimentar aqueles que não fumam e convida-os a tentarem estender esse comportamento saudável aos seus entes mais próximos.

Você, que ainda não se encontra livre de fumo, comece a tomar medidas para deixar de fumar.

Eis algumas dicas:

– Não fume dentro de casa; 
– Não fume no carro;
– Retire da sua vista objectos como isqueiros, fósforos, cinzeiros e cigarros;
– Quebre as rotinas;
– Beba chá em vez de café
– Não frequente ambientes de fumo;
– Beba pequenos goles de água como se estivesse a mastigar;
– Compre uns pauzinhos de canela e tenha à mão.

Sabia que:


  • Após oito horas sem fumar os níveis de monóxido de carbono baixam e os de oxigénio aumentam
  • Passadas 72 horas, a capacidade pulmonar aumenta e a respiração torna-se mais fácil;
  • Com cinco anos de abstinência do tabaco, o risco de cancro da boca e do esófago é reduzido para metade.
  • Ao final de dez anos, o risco de cancro do pulmão é já metade do verificado em fumadores, e o de outros cancros diminui consideravelmente.
  • Após 15 anos de abstinência, o risco de doença cardiovascular é igual ao de um não fumador do mesmo sexo e idade.
  • A aparência renovada, o hálito mais fresco, o travar do envelhecimento precoce e a poupança económica são factores adicionais que podem motivar a sua decisão.

Deixe de fumar! Afinal se os outros conseguiram você também consegue!


E se precisar da nossa ajuda vá a www.oficinadepsicologia.com e increva-se no Programa Respirando 

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Acção vs Decisão

Autora: Irina António

Diálogo em terapia:


C: “estou exausta (com lágrimas nos olhos), tenho de escolher entre duas pessoas: continuo com o meu actual namorado ou volto para o anterior. Gosto dos dois, cada um tem qualidades que aprecio, um poderá proporcionar mais estabilidade na vida, mas o outro é mais interessante e tem ideias…tenho medo de escolher e que depois algo possa correr mal”


T: “eles sabem da existência do seu conflito interno, da existência do “outro” na sua vida?”


C: “sim, eles estão a espera, estão a pressionar-me para eu tomar a decisão …”


A questão das escolhas é uma das mais frequentes nas sessões de terapia, e será que existe alguém que nunca na vida teve dúvidas sobre escolhas feitas ou a fazer?


Quero partilhar convosco algumas ideias a este propósito, até porque eu própria também algumas vezes me reconheço na frustração do célebre burro de Buridan que morreu à fome concluindo assim o seu indeterminado processo de indecisão entre um balde de água e um fardo de palha.


Vamos experimentar aliviar a questão da decisão, recorrendo ao pressuposto que nenhuma escolha pode ter o resultado “ideal”. Até porque cada escolha é pessoal e personificada e daí, precisa de ser ajustada ao contexto de vida da pessoa. Mais ainda, a situação em que esta escolha está a ser feita pode mudar amanhã. Parece-vos que agora está a ser mais fácil olhar para a situação de escolha? Ainda não….o pé continua a permanecer no travão das dúvidas. Será que a questão ali está no receio de nos responsabilizarmos pelas nossas acções?”


Parece que nem tanto assim. Porque para a maioria de nós, o mais importante não é tanto o resultado da escolha, mas sim, a aprovação dos outros. Por outras palavras, a aprovação dos outros é o resultado principal. E, se os outros não gostarem da nossa actuação? Vamos ter de explicar, justificar, conversar muito “acerca de….”. E para jogar pelo seguro preferimos abastecer de explicações-justificações com alguma antecedência. E porque é difícil prever todas as questões que os outros se vão lembrar de nos colocar, o processo da sua pesquisa pode prolongar-se até ao infinito. E ali está o segredo. Será que existe uma maneira de abreviar este processo de recolha de explicações - justificações, analisando-os antecipadamente ou compreendendo melhor o mecanismo deste astucioso “processo de tomada de decisão”? Estamos nós quase à porta da resolução deste problema de dúvidas, com tudo o que precisamos – explicação das causas da sua indecisão, justificando desta maneira perante o olhar dos que não nos compreendem.


No entanto, o que sabemos com alguma certeza é que dentro da pessoa não existe nenhum mecanismo que faz escolhas por ela, e mais ainda – assume responsabilidade por estas mesmas decisões. A única coisa que existe lá dentro é a própria pessoa.


Se vos pedir para dar uma imagem da pessoa no processo de fazer uma escolha, provavelmente surge algo do género: uma pessoa a atirar moedas ao ar, fazer esquemas e preencher com “+” e “-“, conversar longamente com um amigo, ficar num estado de reflexão quase permanente. Mas todas estas artimanhas não têm nada a ver com o próprio processo de tomada de decisão, tirando situações quando este mesmo processo transforma-se numa acção. E, muito frequentemente, estas “transformações” passam para pessoas simplesmente despercebidas.


Aqui vai um exemplo. Uma jovem mulher partilha algumas dúvidas sobre a vontade de continuar a relação com seu namorado, acrescentando que “temos de dizer a verdade um ao outro, não é, querido?” Expulsando para fora o seu “processo interno de escolha: ficar ou não ficar”, ela transforma-o em acção.


Assim, o conteúdo da sua escolha não foi sobre a continuação da relação, mas sim, sobre “partilhar ou não partilhar suas dúvidas com o namorado”. E sua próxima questão relacional não será sobre suas dúvidas da continuação da relação, mas sobre o que ela fez: consequências do dito. Claro, que o namorado pode não ligar nenhuma às “expressões da verdade” e pensar que tudo isto são pensamentos confusos da mulher emocionada e preferir ignorar e até permanecer em silêncio. Um silêncio com efeito da acção, até porque ausência de reacção também é uma escolha. Agora podemos imaginar as consequências destas acções “não evidentes”…


A tríade escolha / acção / responsabilidade andam sempre juntas. E para não complicar mais, simplesmente convido-o a fazer algo de diferente: em vez de analisar uma dinâmica interior complexa do processo de criação das suas decisões, tente fazer um prognóstico de consequências das suas acções eventuais e/ou reais. Está satisfeito com elas – então, força! A decisão está tomada…


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

“Voltar a enjaular os bichinhos”


Autora: Ana Magalhães


Depois do Sol, da praia e dos corpos livres de roupa apertada e sapatos incómodos, eis que de um dia para outro as nossas crianças são sentadas dentro do carro e trazidas de volta ao mundo real, às suas casas e às suas rotinas, onde as regras e os limites voltam a ser palavra de ordem.

Os pais, que normalmente já têm dificuldade durante o ano em impor limites, nesta época vêem-se a braços com a ingrata tarefa de “pôr em ordem” os comportamentos dos seus “bichinhos”.
Mas será que o regresso à normalidade tem que ser obrigatoriamente negativo para as nossas crianças? Ou será que lhes espelhamos o que nos vai na alma e é a nós, pais, que nos custa ainda mais este “enjaular” da família?

Aceitar cada momento como único e especial seja ele qual for, nem sempre é fácil.
O regresso ao nosso casulo pode ser visto como o aprisionamento das crianças entre quatro paredes, mas também pode ser encarado com alegria.
Regressar a casa, ao quarto, aos brinquedos, aos familiares e amigos poderá ser uma experiência gratificante para as crianças se estas aprenderem que cada página que se vira, cada porta que se fecha, deixa-nos antever novos desafios e um continuar.

Regressar à rotina é também regressar ao aconchego do lar, aos bolinhos e cozinhados caseiros, aos desenhos animados preferidos, às idas ao parque com os amigos, ao reencontro com colegas e professores, aos jantares de família, às histórias dentro do cobertor quentinho e a muitas, muitas outras coisas boas que constituem a dia-a-dia de uma família.

Para que não seja muito difícil o reajustar dos horários selváticos do Verão, procure reorganizar suavemente os sonos e as refeições das crianças, sem pressa e sem ansiedade.

Procure organizar serões em família e use as fotografias e filmagens das férias para em conjunto recordar o Verão como um momento único de plena comunhão e cumplicidade com os seus filhos, e a partir desse momento desenhar estratégias para que essa cumplicidade se estenda ao resto do ano.

Esta é uma altura que nos permite reflectir sobre quais são as nossas verdadeiras prioridades!
Vamo-nos permitir dar espaço para desfrutar dos nossos filhos durante o ano.
Vamos ouvi-los! Brincar e rir com eles! Marcar momentos especiais na nossa agenda diária.
Afinal Eles são o nosso principal projecto de vida.

Dicas:

  • Organize as suas prioridades.
  • Faça listas de compras, menus e tarefas a cumprir, de modo a optimizar o seu tempo.
  • Responsabilize toda a família na gestão da casa, através da atribuição de funções a cada membro.
  • Inclua os seus filhos na elaboração dos planos, sempre que seja possível. Assim será mais fácil ter tempos de qualidade para estar em família. Lembre-se que o que mais nos custa deixar das férias é o tempo sem regras, o tempo para dar e para receber, sem pressas e sem restrições.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tratamento Gratuito de Trauma

domingo, 18 de outubro de 2009

E agora um pouco mais de concentração!

Autora: Isabel Policarpo
Dicas para maximizar a concentração

Cria o teu ambiente de estudo
· Encontra um lugar(es) para estudar e de preferencia usa-o(s) só para esse fim. Estás a tentar criar hábitos de estudo nesse(s) local(ais), logo não o utilizes para conversar, sonhar acordado ou jogar …
· Dota-o de tudo o que precisas para estudares. Boa luz e ventilação. De uma cadeira confortável qb. De uma superfície onde possas espalhar os teus materiais.
· Assegura-te que o teu local de estudo não tem vista para potenciais fontes de distracção, nem uma televisão ou uma aparelhagem com som excessivo. Não te esqueças de fazer “desaparecer” o telefone ou telemóvel. Os colegas e amigos que falam demais também deverão ser aconselhados “a sair”. Mantém o nível de barulho e de estímulos visuais dentro de níveis aceitáveis.
· Evita relaxar enquanto estudas. Cria uma atmosfera de trabalho


Como estudar e estar concentrado?
· Quando sentires que te estás a distrair, procura envolver-te intensamente no que estás a estudar.
· Tem à mão uma folha de papel onde possas escrever os pensamentos que te vão surgindo enquanto estudas. Tira-os para fora do teu pensamento, deita-os no papel.
· Divide o teu trabalho em pequenos objectivos. Define os teus objectivos de forma concreta e concisa. Define metas de estudo quando te sentas para estudar, isto é antes de iniciar um novo periodo de estudo/trabalho. Para cada bloco de tempo de estudo, define uma meta que seja atingível.
· Começa com pequenos períodos de estudo e aumenta-os à medida que vais mantendo a tua concentração
· Define prémios adequados para sempre que atinges os teus objectivos.
· Divide o contéudo do estudo e intercalá-o com resumos ou apontamentos,
de modo a manter o interesse e a evitar o aborrecimento.
· Tira o máximo partido dos periodos de descanso e procura fazer coisas totalmente diferentes. Não mistures trabalho com divertimento/lazer.
· Planeia a duração do teu estudo com base nos teus objectivos e no material que decidiste estudar, e não, com base no relógio.
· Constata que não perdes amigos, nem o respeito, nem “um bom momento” só porque estás a estudar…estes estarão sempre lá


Como é que o teu corpo te pode ajudar a manter a concentração?
· Sempre que estudas usa o teu corpo para te ajudar a concentrar. Estuda de acordo com o teu bioritmo. Trabalha nos temas mais difíceis quando estás no pico da tua eficiência mental ( De manhã cedo? Depois das 22h?...) e planeia as tarefas e matérias mais simples, para quando estás mentalmente menos eficiente.
· Conhece e respeita a teu ciclo de concentração – quando começas uma sessão de estudo planeia o que queres atingir e começa energicamente. Quando a tua cabeça começa a divagar, chama-a de volta ao trabalho. Se verificares que estás constantemente a sonhar ou a trabalhar sem compreender, para e faz um intervalo. Durante 5 ou 10 minutos checa o teu voice-mail ou o teu mail, dá uma volta, divaga e relaxa. Depois começa a estudar e repete o ciclo. Para de estudar quando estás fatigado ou desatento.
· Durante períodos de stress e deadlines não deixes que a pressão faça com que ignores o teu corpo – aproveita todas as oportunidades- refeições, deslocações…para relaxar ou fazer exercício. Durante longos ciclos de estudo bebe muitos líquidos e come frequentemente pequenas refeições. Usa café, chá e softs drinks com moderação. Planeia intervalos para um exercício ligeiro para te ajudar a manter alerta e vivo.
· Estuda de preferência após períodos adequados de descanso. Não deixes de dormir, se tens que cortar no sono procura ir para a cama à hora habitual e levanta-te mais cedo. Se estás ansioso, relaxa periodicamente. Senão consegues dormir, faz exercício físico durante o dia e planeia 30 minutos de relaxamento antes de ir para a cama.


Existem na http://www.oficinadepsicologia.com/ os recursos necessários para ultrapassar as dificuldades com o estudo e a ansiedade ás avaliações.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estudar: Concentração...Concentração...Concentração







Autora: Isabel Policarpo



A concentração tem a ver com a capacidade para fixar a nossa atenção em algo. É sempre importante começar por perceber as razões porque cada um de nós estuda. Sem motivação não há concentração.

Barreiras à concentração

· Fome. Se temos a barriga vazia é difícil sentar e começar a estudar. Contudo também não é expectável que o façamos depois de uma grande refeição
· Fadiga. Quando estamos cansados é difícil manter a concentração durante algum tempo. Sempre que há um teste é preferível levantar mais cedo de manhã, do que ficar a estudar de véspera até tarde, porque deste modo tira-se partido do pico do período de maior eficiência.
· Distracções. As distracções adquirem muitas e variadas formas e podem ser internas ou externas. As distracções externas mais comuns são o barulho e o movimento. As distracções internas, variam de pessoa para pessoa, mas incluem os pensamentos e as sensações que competem pela nossa atenção. Cabe a cada um de nós identificar as suas distracções e pôr em marcha soluções para as reduzir. É importante assumir a responsabilidade por aquilo que fazemos e não culpar os outros pela nossa ausência de estudo. repara o teu espaço de estudo de modo a que esteja o mais livre possível de distracções.

Como construir concentração?

· Desenvolve interesse. O primeiro passo consiste em dar uma vista de olhos ao material de estudo, em tomar contacto com o tema e com a informação disponível sobre o mesmo. Às vezes ajuda delinear ou escrever algumas perguntas que podem ser clarificadas com o nosso estudo, pois isso ajuda a focar a atenção.
· Define objectivos. É importante definir objectivos específicos e não nos limitarmos a dizer por exemplo “Vou estudar matemática”. Importa ter um plano e metas, como por exemplo “Vou ler 10 páginas da matéria e fazer 5 exercícios”. Ao estabelecer um objectivo estamos a definir um “ ponto final para o nosso tempo de estudo” . De outra forma quando é que saberiamos que acabamos?
· Prepara-te para te concentrares. Escolher uma zona especifica para estudar é uma decisão sensata. Levar para lá todos os livros e cadernos , bem como tudo aquilo que achamos que vamos precisar é fundamental. Sempre que interrompemos o estudo para ir buscar algo, a nossa concentração quebra-se.
· Varia de actividade. A concentração é uma tarefa mental exigente. Ninguém consegue manter um nível elevado de concentração por tempo prolongado, pelo que importa variar de actividade enquanto se estuda. Podemos ler durante algum tempo, depois tirar notas/apontamentos, imaginar perguntas, fazer resumos ou mesmo dizer alto aquilo que aprendemos até ali.
· Evita “sonhar acordado”. Todos o fazemos, mas a melhor forma de o ultrapassar é saber que isso acontece. Quando os pensamentos distractivos nos invadem, devemos procurar voltar ao que estavamos a fazer. Uma forma rápida de o conseguir é por exemplo rever mentalmente a materia que se estive a estudar até ali. Se não é possível refocar a atenção, então aceitemos em concentrarmo-nos nos nossos sonhos. “Foca-te no teu sonho, escreve numa folha de papel o que estás a pensar”. Sempre que damos atenção aos nossos sonhos, eles deixam de entrar em conflito com o estudo. Às vezes chega mesmo a haver necessidade de nos levantarmos e dar uma volta, afastando-nos dos livros. Este gesto simples de levanter, ajuda a trazer a atenção para o trabalho que temos em mãos. Se mesmo assim for difícil , temos de aprender a controlar o sonhar acordado, no sentido de aumentar a concentração.
· Relaciona aquilo que estudas/aprendes Todos o fazemos, mas a melhor forma de o ultrapassar é saber que isso acontece.
· Define tempos. Definir o tempo para completar a tarefa, faz com que estejamos focados a completar o trabalho, até que o tempo se esgote.
· Marca o ritmo. Tentar fazer muito em pouco tempo é inimigo da concentração. Quando o que temos de fazer é exigente e trabalhoso, é preferível procurer não completá-lo de uma só vez.
· Define a missão. Uma das dificuldades dos estudantes manterem a concentração, reside no facto de “não terem nada onde se concentrarem”. Se a aproximação à tarefa não é planeada, não há um propósito.

A concentração exige prática. Pratica as sugestões anteriores de forma regular.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Solteiros e Felizes


Autora: Catarina Mexia

Há uma ou duas gerações os solteiros eram olhados pela comunidade como frustrados que não conseguiam casar. Mas hoje ser solteiro é uma alternativa aceitável.





Da mesma forma que a sociedade mudou para acolher os solteiros por opção, também a nossa cabe­ça tem que mudar, especialmente se ser solteiro resulta do fim de um casamento em que predominou a união e a não individualidade. Es­tar solteiro pode ser uma experi­ência produtiva e feliz, se essa for uma escolha consciente.



Três rostos. Existem pelo me­nos três formas de encarar a con­dição de solteiro. A primeira en­globa pessoas que se sentem en­vergonhadas por terem de ad­mitir que continuam sozinhas. Mostram-se desesperadas e an­seiam por um companheiro. São facilmente aterrorizadas pelo me­do de não terem ninguém que as ame, o que as leva frequentemente à depressão e à insatisfação, dis­tanciando-as cada vez mais de um relacionamento.
Outras apregoam os benefícios de viverem sozinhas, mas não dis­pensam uma noitada, uma saída com amigos. Muitas delas estão a mentir a si próprias e aos outros, porque na realidade sentem-se so­zinhas e percebem que estão tão desesperadas quanto as que sen­tem vergonha por estarem sozi­nhas. Para algumas destas pessoas a necessidade de um companheiro pode esconder uma dificuldade de relacionamento consigo próprias. Sentem esta fase como uma inter­rupção numa área da vida que não devia parar. O medo de ficarem sózinhas leva-as a passarem por rela­cionamentos desagradáveis. E ao rejeitarem ficarem sós, estas pessoas defendem-se da confrontação consigo mesmas, com as suas qua­lidades e insuficiências.
Por último, existem pessoas que, mesmo não sendo solteiras por opção, sentem-se felizes e sabem lidar com esse estado saboreando cada minuto da vida. São a melhor prova de que ser solteiro não é si­nónimo de solidão. Mas porque vi­ver a sós pode não ser voluntário, há que aprender a ser solteiro. Por vezes as pessoas que se encon­tram novamente solteiras após um divórcio sentem um grande alívio e rapidamente desfrutam das vantagens dessa situação. São ge­ralmente casos de pessoas separa­das cujos casamentos foram de tal maneira absorventes que se consti­tuíram verdadeiras barreiras à re­alização pessoal. Tal não significa que os casamentos sejam por defi­nição um impedimento à realiza­ção pessoal ou que os solteiros se­jam mais felizes que os casados, pois nenhuma destas situações é perfeita. Estar bem connosco en­quanto solteiros envolve três está­dios básicos.




Auto-suficiência. Ter prazer em estar solteiro envolve a capacida­de de experimentar tudo através de nós próprios, em vez de o fazer através do parceiro. Significa cui­darmos de nós, mas também com­preendermos a nossa personalida­de. É neste trabalho de introspec­ção a sós que melhor percebemos e podemos explorar as nossas ne­cessidades, gostos e objectivos in­dividuais.
Ser solteiro pode ser visto como um estado que permite o cresci­mento pessoal, especialmente en­tre a adolescência e o casamento. Ao contrário do que geralmente acontece, ser solteiro podia até ser reconhecido como um está­dio de maturação do indivíduo e não um motivo de pena ou estra­nheza, até porque permite apren­der os princípios da responsabili­dade e da auto-suficiência, carac­terísticas difíceis de concretizar quando estamos envolvidos nu­ma relação entre pais e filhos ou marido e mulher.
Infelizmente, muitas pessoas não vivem esta importante fase. Saem de casa dos seus pais directamen­te para a sua família recém-cons­tituída sem sequer considerarem que podiam ser felizes como sol­teiros por algum tempo.


Viver objectivos. Quando se ca­sam, muitas pessoas deixam para trás muitos objectivos por cum­prir e isso pode prejudicar o ca­samento. Daí que muitas pessoas divorciadas ou viúvas aproveitem a sua nova condição para viverem os seus sonhos: viver sós, aprender a conhecer os ritmos próprios, di­versificar e aumentar o número de namoros, conhecer outro tipo de amigos e interesses, aprender a vi­ver e a cuidar de si.
Antes de nos envolvermos numa relação de longo termo ou num casamento, geralmente preocu­pamo-nos em conhecer o outro, do que gosta, como é, que características nos atraem ou afastam. Se isso é importante quanto a tercei­ros, também o deveria ser em re­lação a nós próprios. Ser solteiro é especialmente indicado para nos envolvermos no conhecimento de nós mesmos, eventualmente co­locando-nos as mesmas questões que colocaríamos quando conhe­cemos outras pessoas.
Muitos de nós fomos de tal forma influenciados pela família, pelos amigos e pelas normas sociais que que muitas vezes temos dificulda­de em aceitarmo-nos e conhecer­mo-nos tal como somos.



Gerir o tempo. Se o estado de sol­teiro é consequência de uma rela­ção desfeita, o tempo extra que ad­vém pode ter de se tornar alvo de uma verdadeira aprendizagem. Se antes da separação, especialmen­te no caso das mulheres, o tempo livre entre a casa, o emprego e os
filhos era quase nulo, agora pode não ser. E a tarefa por vezes mais difícil de encarar nesta nova con­dição é encontrar o que fazer nas horas livres. Saber tirar partido de ser solteiro significa aprovei­tar a liberdade para criar um es­tilo de vida excitante e recompen­sador. E vivê-lo sem a preocupação de não ser exactamente o que o ou­tro gostaria. As possibilidades es­tão apenas limitadas pela imagi­nação e determinação.
Com a liberdade de gerir o tem­po vem a liberdade de acção. Mes­mo que ser solteiro tenha inconvenientes em termos financeiros, pelo menos podemos sempre adap­tar os nossos sonhos ao tamanho do orçamento.





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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Auto-conhecimento


autora: Catarina Mexia


A capacidade de nos relacionarmos com os outros está, em primeiro lugar, ligada à capacidade de nos auto-relacionarmos. Daí que o autoconhecimento seja cada vez mais procurado, seja através de terapia ou de técnicas de meditação oriental. Experimente!

Cada um de nós procura o seu in­terior motivado, na minha opi­nião, pela procura de segurança pessoal. Quero saber quem sou para ter mais segurança em mim. Quero saber quem sou, para saber quem procuro ou o que procuro no outro. E há medida que vou cres­cendo esta questão é cada vez mais importante. Quem sou eu? O que necessito? O que me atrai, o que me cativa, o que me satisfaz? Fala-se de um mundo novo, de um mundo despojado de certezas, de afirmações absolutas, de cami­nhos correctos, de lugares segu­ros. Há um risco maior, há solicita­ções permanentes, há obrigações inadiáveis, há trabalho constante e muito pouco tempo para nos de­dicarmos a nós próprios e ao ou­tro. Daí que quando escolhemos os amigos ou o companheiro com quem queremos partilhar a nossa vida sejamos mais exigentes e se­lectivos nessa escolha, que tende a ser cada vez mais verdadeira e in­dependente de questões sociais ou culturais.


Crescer com os desafios. Pe­rante novos desafios podemos to­mar duas opções: recusar o desafio e procurar refúgio no que é segu­ro, familiar e protector ou aceitar o risco e experimentar novos papéis, situações e sensações.
Crescer implica enfrentar medos, ter a coragem de desafiar pressu­postos antigos, questionar ver­dades absolutas, ponderar cami­nhos tidos como certos, aceitar correr riscos. Muitas vezes prefe­rimos viver agarrados a tradições, costumes, regras, verdades que nos fazem sentir seguros (e prova­velmente infelizes), do que aceitar novas maneiras de ser e fazer, de sentir, de pensar, de estar.
Crescer implica realizar mudanças pessoais, alternando entre avanços e retrocessos, movimento e estag­nação, busca de novas sensações ou refúgio nas antigas. Pode significar dor, desvinculação, separa­ção, mas também segurança, for­ca. alegria e determinação. Uma mudança pessoal vai para além da mudança observável. A mudança física, objectiva e concreta é mais simples de realizar do que a mu­dança interior. Com maior ou me­nor dificuldade, mudamos de casa, de emprego, de cidade, alteramos hábitos de vida ou adaptamo-nos a novas circunstâncias. No entanto, a mudança interior necessária pa­ra nos adaptarmos a novos desafios da vida é muito mais dura e difícil de conseguir.
A mudança interior permite maior capacidade de adaptação à vida e de realização pessoal. Realizar uma mudança implica enfrentar medos, desafiar a au­toridade, estar preparado para assumir a responsabilidade pelos próprios actos.
Perante acontecimentos que desa­fiam a nossa maneira de pensar e de agir, ou perante situações que nos obrigam a tomar opções, po­demos optar por dois caminhos: a estagnação ou a evolução.


Crescer ou estagnar? Se as pressões ou os desejos para a es­tagnação prevalecem, tendemos a negar as oportunidades de vi­da que nos surgem, recusando-as ou encontrando justificações que nos permitem pô-las de parte sem nos sentirmos culpados. Impedi­mo-nos de arriscar numa relação porque temos medo de ser mago­ados, ou prolongamo-la indefini­damente no tempo por medo de ficarmos sós; não aceitamos um novo emprego aliciante porque o actual é seguro e fixo, ou recusa­mos uma nova tarefa porque te­mos medo de não sermos bem su­cedidos a fazê-la; não partimos em viagem com medo de não conse­guirmos voltar ou andamos sem­pre de lado para lado porque te­mos medo de parar.
Neste caminho não conseguimos aceitar que temos medo, que po­demos errar e que, por isso, op­tamos por viver estagnados mas "seguros" a um modo de vida. Normalmente agarramo-nos aos pressupostos que nos foram incu­tidos na infância, seguimos as pi­sadas daqueles em que confiamos, deixamos os mais próximos deci­dir o nosso rumo. Definimo-nos mais por aquilo que partilhamos com o outro do que pelas caracte­rísticas que nos são próprias ou ex­clusivas. Há uma tendência para a fusão com o outro.

Mais desafios. "Eu sou a rela­ção que formo com o outro; per­der a relação significa perder-me a mim mesmo". Esta situação po­de ser muito angustiante e obri­gar a um grande desgaste pessoal, pois na corrida para satisfazermos os desejos do outro deixamos pa­ra trás os nossos. Bloqueamos os nossos impulsos e necessidades em favor das vontades do outro. Não expressamos a nossa verdade com medo de perder o outro. Se, pelo contrário, as pressões ou o desejo pessoal para a evolução se sobrepõem, optamos por arris­car, realizando mudanças que são movidas, decididas e iniciadas por nós. São mudanças que têm asso­ciadas mais dúvidas e incertezas, do que a segurança e solidez, pois o caminho a traçar é novo, diferen­te do conhecido e experimentado e, consequentemente, mais desa­fiante. Movemo-nos no sentido de construção da nossa identida­de, fortalecimento e crescimen­to pessoal. Nestas situações agi­mos. Somos capazes de organizar o tempo em função das necessi­dades pessoais, de dizer "não" ao outro, de defender princípios di­ferentes dos que nos foram incu­tidos. O adolescente é capaz de di­zer "não" às pressões dos amigos; a rapariga é capaz de terminar a re­lação em que sofre e assumir a vi­da de forma autónoma; a mulher parte para a viagem que necessita, enfrentando o mundo de frente; o homem inicia uma terapia porque sabe que sozinho não é capaz de resolver os seus problemas.Forte e autêntico. Ter a cora­gem de arriscar e de enfrentar os obstáculos que esta acção implica é por si só um sinal de mudança, uma certeza de que acreditamos que a vida pode ser diferente. O caminho é pautado por dor ou so­frimento, mas acreditamos que o conseguimos trilhar. É certo que podemos não acertar sempre nas opções que fazemos ou magoar­mo-nos com algumas delas, mas sabemos que temos capacidade pa­ra realizar as mudanças e tornar­mo-nos mais fortes e autênticos. É neste momento que cada um é o verdadeiro actor e autor da sua vi­da. Na dúvida do que fazer, expe­rimente!


Arrisque conhecer-se melhor, dar a volta á sua vida, enfrentar os desafios, vá a http://www.oficinadepsicologia.com/

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SOU tímido


Autora: Catarina Mexia


Corar, gaguejar ou sentir que fal­tam recursos para lidar com de­terminadas situações são sinto­mas comuns da timidez. Parece que o corpo trai a mente e mostra a todos o que implicou tanto esfor­ço a esconder, ou seja, a incapaci­dade em lidar com terceiros.


O que é? Uma pessoa tímida tem dificuldade em afirmar as suas ne­cessidades, deixa-se ultrapassar na fila do supermercado sem recla­mar, não consegue tomar a pala­vra em reuniões e costuma isolar- se a um canto em eventos sociais. A timidez é uma forma ligeira de fobia social, uma perturbação bas­tante mais grave que pode ser pa­ralisante na vida de uma pessoa e deve ser tratada antes de conduzir ao isolamento e à depressão.
Um tímido é uma pessoa que de­mora mais tempo do que as outras a adaptar-se a novas situações so­ciais, que desencadeiam nele uma ansiedade forte e menos controlá­vel do que na maioria das pessoas.

Tem geralmente uma imagem ne­gativa de si mesmo e apresenta au­to-estima fraca. Não crê nas suas capacidades, o que resulta na fal­ta de autoconfiança. Os mais tímidos passam a vida a adiar o cumprimento dos seus sonhos e a arrependerem-se amargamente dessa demora. Incapazes de dar o primeiro passo, não conseguem chegar aos outros, ficando sem­pre à espera que alguém dê o pri­meiro passo na sua direcção.

Infância fragilizada. Uma lei­tura possível da timidez reporta- nos à intolerância perante a inca­pacidade de ser bem sucedido. É comum os tímidos não tomarem iniciativas com receio de estra­garem tudo. Têm em si uma an­siedade antecipatória negativa, o que apenas lhes permite antever cenários extremamente derrotis­tas. Para eles, a critica é sinóni­mo de rejeição. E se as suas ideias são reprovadas, tal é sentido como humilhação. Estes sentimentos só vêm reforçar ainda mais a certeza de que não dar nas vistas é a me­lhor e mais saudável atitude. Outra explicação para este fenó­meno remete para a infância. Por exemplo, uma criança que cresceu num ambiente familiar demasia­do protegido, onde se sentiu sufo­cada ou excluída num ambiente demasiado adulto, ou ainda uma criança com falta de afecto ou compreensão que sofreu conflitos familiares, é uma boa candidata a comportar-se de forma tími­da. Também o falhanço escolar e as frequentes mudanças de escola são factores que não ajudam.


Falta de segurança. Geralmen­te, a timidez traduz-se por uma atitude receosa, uma perturba­ção excessiva e uma falta de segu­rança no comportamento peran­te terceiros. Mas pode também esconder-se por trás de um comportamento agressivo, que deno­ta, muito simplesmente, ausência de autoconfiança.
As manifestações são simultanea­mente fisiológicas e psicológicas. Entre as primeiras, contam-se transpirar excessivamente, sen­tir falta de ar, rubor ou palidez acentuados, gaguejar e alterações da voz (que se torna praticamen­te inaudível ou ininteligível), ri­gidez muscular e tremores. No plano psicológico destacam-se o sentimento de paralisia (que tor­na impossível a mais pequena re­acção) e atenção demasiado cen­trada no objecto do medo (neste caso, as outras pessoas).
Mas a timidez pode e deve ser en­carada como uma percepção men­tal distorcida que só faz sentido em função da presença do outro. Ninguém é tímido sozinho! Daí que outra característica dos tímidos passe por pensarem que estão a ser constantemente observados ou julgados de forma negativa, de­senvolvendo, assim, uma sensibi­lidade especial para qualquer ti­po de crítica ou comentário sobre a sua aparência e conduta.

Acabar com a timidez. Nin­guém é tímido na sua casa, con­sigo mesmo, no seu próprio meio, com a sua família mais próxima. A timidez desenvolve-se quando essa mesma pessoa ultrapassa os limites da sua intimidade e se en­volve em situações desconhecidas e novas relações sociais. A insegu­rança e o mal-estar que assaltam o tímido manifestam-se unica­mente quando se vê rodeado de estranhos. Para ele é muito difí­cil deixar de pensar em si mesmo. Leva-se "demasiado a sério", pe­lo que se torna muito difícil con­centrar-se em qualquer outra ac­tividade. Não tira proveito de um jantar ou de uma festa, por exem­plo, pois está constantemente pre­ocupado com o que os outros es­tão a pensar dele. Também tem sérias dificuldades na esfera pro­fissional, uma vez que se encontra mais preocupado em não destoar do que a brilhar.
No comportamento generaliza­do que todos temos de procura de aprovação — caracterizado pe-
las tentativas de causar boa im­pressão nos outros —, os tímidos não se sentem merecedores dessa aprovação e os seus esforços vão apenas no sentido de diminuir a desaprovação. A pressão social re­percute-se especialmente sobre os tímidos que têm um baixo concei­to de si mesmos e que consideram de forma muito modesta as suas capacidades.


Existe tratamento? A terapia cognitivo-comportamental é o tratamento preferencial para es­tas situações. Podem ser utiliza­dos psicofármacos associados, especialmente quando a ansieda­de ou os sintomas fisiológicos são muito intensos ou existem outras patologias associadas. Esta forma de terapia ajuda a despistar com­plexos, frustrações e cognições distorcidas da realidade. Adap­tada a todas as idades, parece ser muito eficaz, pois permite afron­tar progressivamente as situações ameaçadoras. A tónica é posta nas causas actuais do comportamento problemático e menos nas causas inconscientes.
Utilizam-se, para isso, técnicas de controlo da ansiedade, como relaxamento e controlo da respi­ração, treino de competências so­ciais, técnicas para corrigir pensamentos disfuncionais,
outras inseridas num processo psicoterapêutico, geralmente de curta duração.
A prática de uma actividade des­portiva é um meio de integração num grupo, onde se promovem trocas e companheirismos, que ajuda a lutar contra o isolamento em qualquer idade.


Virtudes e defeitos. A timidez não é necessariamente um inibidor da expressão de personali­dade. Numerosos comediantes, cantores, personalidades públi­cas provam-no aparecendo em ce­na para melhor ultrapassar uma timidez que os angustia. Exprimir-se sem receios é aceitar o risco de sermos postos em questão, de enfrentarmos a desaprovação e de nos mostramos tal qual so­mos, com virtudes e defeitos. Mas é também partilhar e enriquecer­mo-nos no contacto com o outro: sermos reconhecidos como uma personalidade, como um todo que vale a pena conhecer.


No site da Oficina de Psicologia pode encontrar informação e formulário de inscrição para os grupos de Fobia Social

sábado, 29 de agosto de 2009

Stress Pós-Férias

  • O despertador toca, ainda um pouco incrédulo, pela hora matutina. Levanto-me num sobressalto, imaginando o pior: “o que se passa, o que é isto?”. Uns segundos de reorientação, e passo do alarme ao desespero – recomeçou tudo. O cinzento da rotina, o cheiro a mofo desta vidinha, o amargo de boca das pequenas irritações de trânsito e a estridência de chefes de maus fígados…

    Cinco minutos depois do reinício, e apagam-se as férias do corpo, arquivadas num qualquer recanto esconso das memórias que já pertencem ao passado distante. E começa o stress… Pior do que aquilo de que me lembro, será possível?

    O stress define uma reacção global do organismo a condições que requerem uma adaptação, obrigando à mobilização de recursos pessoais. De cada vez que mudamos de um cenário para outro, por exemplo, como é o caso da passagem dos ritmos livres das férias para uma cadência regulada pelas obrigações das horas impostas e do fluir para a concentração na tarefa, o organismo reage, adaptando-se e apresentando-nos a factura dessa adaptação sob a forma de uma reacção designada de stress.

    O stress tem impacto em todas as áreas do funcionamento humano: intelectual, emocional, comportamental e somático. Alguns indicadores que nos podem fazer suspeitar de uma reacção de stress:
    Dificuldade em manter a atenção e concentração
    Impaciência/irritabilidade
    Lentidão de raciocínio
    Dificuldades de memória
    Dores no corpo, musculares ou de cabeça
    Dificuldades em adormecer ou manter-se a dormir, ou sono pouco repousante
    Alterações no apetite ou gastrointestinais
    Impulsividade de comportamentos
    Menor desempenho nos processos de tomada de decisão
    Sensação de dificuldade em respirar
    Batimentos cardíacos acelerados
    Tremores
    Cansaço exagerado

    Em caso de dúvida, faça o nosso teste de auto-diagnóstico (http://www.oficinadepsicologia.com/stress_pos_ferias.htm) para avaliar o seu nível de stress e ansiedade.

    Para reduzir ao mínimo o stress pós-férias, aqui vão algumas sugestões

Nos últimos 3 dias antes do recomeço:

  • Vá ajustando gradualmente os seus ritmos de sono e alimentação, aproximando-os daqueles que governam a sua vida em tempo de trabalho/estudo.
  • Reserve uma ou duas horas por dia para estabelecer a sua organização para os primeiros dias do recomeço: faça a lista de pendentes que quer despachar nos primeiros dias de trabalho ou estudo, organize as roupas, trate dos últimos assuntos que planeou para quando não tivesse restrições horárias, organize os aspectos de vida familiar que requerem atenção no pós-férias, etc.

Nos primeiros dias do recomeço:

  • Se trabalha, assegure-se que a primeira manhã de trabalho (ou, no mínimo, as primeiras horas) está livre de reuniões e compromissos, para poder ter o sossego suficiente para tomar contacto com o trabalho que se avolumou na sua ausência: e-mails, correio, recados telefónicos, assuntos urgentes.
  • Mentalize-se que não vai conseguir recuperar os dias de ausência todos no mesmo dia! Prioritize, planifique, delegue, saiba ignorar o que não é nem importante nem urgente – assuma que o tempo é um recurso escasso e que é humano!
  • Não abra mão do seu tempo de descanso, a favor de tentativas vãs de recuperação do tempo ausente: mantenha a hora de almoço, evite sair muito mais tarde do trabalho, garanta que tem tempo diário (ainda que pouco) para si, para a família e para os amigos.
  • Faça dos fins-de-semana dias de descanso intenso e de qualidade.

    E, agora, aguardamos as vossas sugestões e truques pessoais para lidar com o stress pós-férias! Use este blogue para deixar os seus comentários e partilhar com todos aquelas (pequenas) acções que o(a) ajudam a recomeçar o trabalho ou o estudo, depois de umas boas férias, sem grande trauma ou stress.

Autora: Madalena Lobo

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Amores de Verão




Mais do que a Primavera, o Verão é, por excelência, a época dos amo­res. E a razão por que isso aconte­ce não deriva do acaso. Existem diversas teorias e condicionantes que parecem contribuir.

Redescobrir o corpo. Durante o ano os relacionamentos amoro­sos têm falta de sensualidade. As inquietações, o stress e a fadiga são os piores inimigos do desejo e a chegada do Verão revela-se o momento ideal para acordar uma libido adormecida pelos dias mais frios. O corpo, finalmente descoberto das roupas de Inverno, revela-se nas suas formas, cores e odores que despertam sensações e atracções. Geralmente apresen­tam-se peles bronzeadas, sem rugas de preocupações, distendidas pelo conforto da liberdade de movimentos.

Associada a esta exposição corpo­ral parece estar a teoria que diz sermos ainda influenciados pelas feromonas, hormonas associadas à atracção e disponibilidade se­xuais, especialmente importantes nos animais não racionais. Para nós terão passado para segundo plano, mas muitos cientistas crê­em que ainda têm um papel muito importante nos mecanismos de atracção entre humanos.

Verdade ou não, o que parece é que o calor favorece a libertação de odores corporais que incluem estas hormonas a que inconscien­temente continuamos sensíveis.

Tempo livre. Suspender a mono­tonia do quotidiano, interromper rotinas, autorizar-se a fazer na­da, tirar partido das horas extra de luz, sair e passear, tudo nesta altura parece contribuir para reen­contrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas. A época de Verão é eleita pela maio­ria de nós para gozar as merecidas férias grandes. Sem imposição de horários, esquecemos os pequenos males do quotidiano que nos dei­xam de mau humor e subitamente descobrimos ter tempo para cui­dar de nós, o que nos deixa agrada­velmente felizes e bem dispostos. Interessa-nos pouco mais do que o dia-a-dia e mesmo as situações sociais daqueles que conhecemos são irrelevantes. Provavelmente travamos conhecimento com pessoas que nos agradam, mas que em circunstâncias normais nunca teríamos conhecido. A rotura do momento propicia a união de duas pessoas que fora deste tempo certamente nunca se encontrariam. O que conta é o prazer de estar junto.

Uma questão de luz. O sol influencia todos os nossos com­portamentos. Dependemos total­mente da sua luz para o nosso me­tabolismo e biorritmos. Em países em que predominam as horas de luz e a presença do sol a expressão emocional é mais expansiva, como nos países latinos, enquanto que nos países do Norte da Europa, por exemplo, com menos horas de sol, essa característica é mais contida.

Estas são algumas das condições que o Verão e as férias reúnem para que o amor "ande no ar", especial­mente o amor romântico, efémero por natureza. Mas raramente es­tes amores perduram até à estação fria. Ainda que o amor de Verão se­ja intenso e muitas vezes recípro­co, raramente resiste à prova do tempo, da distância e da realidade. Quando estas contingências re­gressam, muitas vezes assistimos a verdadeiras transmutações do outro. Aquele que tinha agradado pela sua espontaneidade, alegria de viver e capacidade de aventura modifica-se radicalmente. O seu penteado torna-se mais formal, as suas roupas transformam-se em verdadeiras carapaças, más­caras que tem de envergar para enfrentar a sua profissão. Apenas alguns encontros extraor­dinários parecem resistir ao fim do Verão. Mas serão eles capazes de resistir à distância?

Longe da vista. Além do Verão ter acabado, a distância geográ­fica também é uma realidade em muitos amores de Verão e pode ser uma vantagem que ajuda a manter uma relação que tanto prazer deu, não só porque mantém o drama, como evita o desgaste. Permanece a incerteza, a impaciência da espe­ra de um sinal do outro. A alegria dos reencontros predomina e mu­da o humor, pois são tão raros que há que aproveitá-los bem.

A distância tem ainda a virtude de não favorecer a rotina. Estar fora de contacto impede que os hábitos de casal se instalem, tornando cada encontro uma oportunidade para novas descobertas. Os assuntos de conversa nunca se esgotam. Mais: esta distância permite continuar uma vida de celibatário, sem a ne­cessidade de estar comprometido ou de fazer cedências imediatas.
Suspender a monotonia do quotidiano, interromper rotinas e autorizar-se a fazer nada, tudo
no Verão parece contribuir para reencontrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas.
E evita discussões, porque rara­mente os elementos do casal estão em "dia não". Vêem-se tão pouco que não faz sentido estragarem tudo com críticas ou desentendi­mentos.

Mas o reverso da medalha existe e revela-se quando impede a criação de hábitos de partilha caracterís­ticos e necessários numa vida de casal, como, por exemplo, conhe­cer verdadeiramente a pessoa por quem nos apaixonámos no Verão. Mesmo que a maioria dos roman­ces de Verão não dure, a verdade é que não nos devemos privar deles, até porque nos permitem aprender a conhecer e experimentar outras características que desconhecía­mos em nós.

Autora: Catarina Mexia (XIS)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TERAPIA DE CASAL

(por Catarina Mexia)

Com frequência sou confrontada com o pedido de explicação daquilo que faço e vejo-me na necessidade de começar por dizer que este tipo de intervenção terapêutica, ao contrário do que muita gente pensa não se destina apenas para casais em vias de divórcio.

Em algum momento do seu percurso, todos os casais passam por dificuldades no seu relacionamento e as causas nem sempre se relacionam com fenómenos “estranhos”. Podem resultar de crises naturais do desenvolvimento da relação, de circunstâncias externas como o desemprego, doença de um familiar ou mesmo de factores de personalidade de ambos os cônjuges.

As pessoas procuram a Terapia de casal por um grande número de problemas e cada casal é diferente, mas as queixas mais frequentes incluem, a falta de comunicação, discussões constantes, necessidades emocionais que não são atendidas, problemas financeiros e conflitos com as famílias de origem. Estes são problemas presentes em quase todas as relações e o pedido de ajuda surge como o resultado do aumento da frustração e desapontamento que progressivamente se vai instalando. Outras causas, prendem-se com situações de infidelidade, sensação de perda de afecto, carinho, ou um acontecimento traumático, como por exemplo a morte de um filho.

Factores que influenciam a relação de casal:
Não é novidade se disser que o casamento, a relação a dois, constitui uma realidade complexa e desafiadora, compensadora e dolorosa. A natureza das relações acaba por ser fruto da forma como o casal lida com os diversos factores que a influenciam. Por exemplo, os casais não tradicionais (sem filhos ou com elementos do mesmo sexo) tem que se disponibilizar para ultrapassar obstáculos adicionais para que a relação funcione. A sociedade influencia a forma como os relacionamentos se vão estruturando e estes acabam por sofrer o impacto das mudanças ao nível social. Por exemplo, no contexto actual e na sociedade ocidental os casais constituem-se e vivem os seus relacionamentos esperando uma intimidade emocional e sexual intensa, igualdade de sexos e tolerância em relação à diferença. Se recuarmos algumas dezenas de anos tal seria não só impossível como estranho. Contudo, constatamos alguma contradição entre esta liberdade de escolha (os pais já não decidem por nós com quem devemos casar) e o número de divórcios e muitas vezes nos perguntamos porquê? Na realidade, as mudanças, mesmo que positivas que tem acontecido na sociedade, ocorreram a um ritmo que se tornou perturbador, na medida em que as pessoas levam tempo a integrá-las no seu modo de pensar e agir, gerando-se assim um conflito entre a tradição e a necessidade de integração face ás regras da sociedade. Se em teoria gostamos de poder ser livres e escolher o nosso companheiro em função da existência ou não de um laço amoroso, já temos dificuldade em transformar em actos o respeito pelo autodeterminismo sem nos sentirmos menos família pois afinal o modelo que ainda está fortemente enraizado nas nossas mentes diz-nos que um casal tem prazer em partilhar tudo.

Por sua vez, alterações económicas importantes na sociedade que levam ao desemprego, dificuldade de arranjar o 1º emprego, ou reformas antecipadas, exige que o casal se adapte aquilo que são desvios á normal evolução do seu ciclo de vida. Encontrar empregos adequados, casas compatíveis é difícil para os jovens, que permanecem em casa dos pais quando deveriam procurar desenvolver os seus relacionamentos. Os seus pais, podem ambicionar à sua liberdade, ou podem estar a atravessar mudanças importantes na sua vida, e tem que partilhar esses momentos num regime alargado quando era suposto voltarem a ser apenas dois. Ainda, os média promovem o consumismo e a ideia de que o casamento e a vida em família é relativamente feliz e livre de conflitos criando uma enorme pressão devido a expectativas que se revelam inatingíveis. Como resultado o stress emocional e económico acaba por cobrar a sua parte na relação.

Fases do casamento:
Cada relação é única, mas existem fases identificáveis na experiência da maioria dos casais e que normalmente se desenvolvem numa sequência. O Namoro tem como característica mais marcante o facto de constituir uma pausa na vida diária: um novo relacionamento tem tendência a fazer a pessoa sentir-se muito bem consigo e com a sua vida e qualquer problema nos parece insignificante. O tempo partilhado nesta fase é essencialmente marcado pelo bem-estar e divertimento, e sem responsabilidades comuns estabelecidas. Com o casamento ou compromisso a longo prazo começa um período de estabilização de carreiras, de objectivos e de tomada de decisões em relação a filhos. É uma época em que resolvemos assuntos ou sentimentos deixados em aberto em relações anteriores, provavelmente seguido por um período de consolidação, durante o qual saboreamos o que fomos estabelecendo como formas de relacionamento. Os anos seguintes, chamemos-lhe produtivos, caracterizam-se pelo desenvolvimento dos objectivos familiares com o aparecimento dos filhos, em que a parentalidade é geralmente um período de grande felicidade, ainda que stressante, e onde somos chamados a fazer ajustes importantes à nova forma de estar de modo a incluir os filhos, passando a ter um tempo limitado para olharmos o nosso relacionamento. Esta fase, para os casais sem filhos, ou casais do mesmo sexo, não existe o que os faz olhar para as suas relações de forma diferente e encararem um conjunto de outros desafios, nomeadamente aqueles que resultam do desvio à norma. São aqueles momentos em que os que não tem filhos começam a ver rarear o número de casais com quem podem sair para se divertir à noite, ou partilhar a casa. A meia-idade pode ser um período difícil na medida em que muitos dos objectivos foram alcançados e é chegado o momento de reavaliar prioridades e formas de estar. A entrada dos filhos na adolescência, a luta destes pela independência – ou a permanência prolongada em casa dos pais, põem, no primeiro caso o desafio do “ninho vazio”, ou seja, como conviver novamente a dois, ou pelo contrario o adiar de uma liberdade de relacionamento à muito sentida como merecida pelo casal. O envelhecimento e muitas vezes dependência dos pais trazem desafios adicionais, não só financeiros como emocionais. A reforma, pela qual muitos anseiam pode ser emocional e financeiramente difícil. A doença ou perda do parceiro tende também a acontecer por esta altura, e estes são acontecimentos marcantes pois o trabalho e a convivência diária com o outro tem um poder estruturante que providencia ás nossas vidas um sentido. Quando um deles desaparece, adaptações importantes são necessárias.

Cada uma destas fases dá origem a uma variedade de pressões e de potenciais dificuldades. Frequentemente existem variações na medida em que estas fases podem começar e/ou acabar abrupta ou gradualmente, uma fase pode interligar-se com outra, ou algumas podem nem existir. Em algumas circunstâncias, como nos casamentos em 2ª núpcias em que há filhos de relações anteriores, ocorrem alterações significativas.

Adicionalmente cada uma dos elementos do casal pode estar a atravessar vivencias individuais complexas no seu crescimento psicológico e emocional e nem sempre estas encaixam à primeira na vida de casal.

O que é a Terapia de Casal?
Antes de mais importa dizer que não existe um modelo ideal e universal para uma relação. A “boa relação” é aquela que funciona para ambos e efectivamente lhes permite alcançar os seus objectivos, individuais e de conjunto. Se tal não funciona, não significa necessariamente que o casal necessite de terapia. Todas as relações passam por momentos difíceis, e as fases de crise são também momentos privilegiados para o crescimento e introdução de novas regras de funcionamento. No entanto, um ou os dois elementos do casal podem sentir-se continuamente insatisfeitos, frustrados, incompreendidos e se não foi possível resolver os assuntos de forma aceitável para ambos, então é altura de pedir ajuda a um profissional.

A Terapia de Casal é um meio de resolver problemas e conflitos que os casais não conseguiram trabalhar de forma eficaz entre si. Envolve os dois elementos na presença de um psicoterapeuta com treino específico para conversar com eles os seus pensamentos, sentimentos, emoções, acerca da relação. O objectivo é permitir que cada um consiga um melhor entendimento de si, do seu parceiro, naquela relação, para decidirem se precisam ou querem fazer mudanças, e se assim for ajudá-los a estabelecer e a atingir objectivos. Esta forma de terapia envolve apenas o casal.

Podem discutir-se situações relacionadas com os filhos, mas sem a presença destes. Pretende-se que o casal possa desfrutar de um espaço/tempo para cuidar de si, longe das interferências dos filhos ou das famílias de origem. A Terapia que envolve pais e filhos desenrola-se de forma diferente e geralmente é conhecida por Terapia Familiar.

O papel do Terapeuta de Casal, é ouvir os intervenientes ajudando-os a identificar e clarificar áreas problema. Começa por perceber como cada um vê o problema, qual a história do relacionamento e aspectos relevantes da história com as famílias de origem para o problema do aqui e agora. Após a discussão e avaliação da situação é proposto um plano terapêutico. O terapeuta actua quase como um mediador, tentando, por exemplo clarificar mal entendidos na comunicação, promovendo novas formas de olhar para situações aparentemente sem saída.

Novas perspectivas resultam numa mudança de sentimentos e comportamentos que permitem lidar com as dificuldades criando disponibilidade para novas formas de estar, novos desafios.

Ideias

  1. Pedir ajuda não é igual a fracasso
  2. Nem sempre somos suficientemente objectivos para compreendermos as diversas alternativas que existem, se estamos dentro da relação
  3. O casal tem recursos que desconhece ou tem medo de por em pratica. O papel de um terapeuta de casal pode ser apenas o de facilitador numa situação de impasse
  4. Porque os ignoramos, os problemas não desaparecem, crescem, intensificam-se, desgastam-nos. São mais fáceis de resolver enquanto são sentidos como pequenos e existem sentimentos positivos na relação.

Catarina Mexia, Terapeuta Familiar e de Casal