quarta-feira, 28 de outubro de 2009

“Voltar a enjaular os bichinhos”


Autora: Ana Magalhães


Depois do Sol, da praia e dos corpos livres de roupa apertada e sapatos incómodos, eis que de um dia para outro as nossas crianças são sentadas dentro do carro e trazidas de volta ao mundo real, às suas casas e às suas rotinas, onde as regras e os limites voltam a ser palavra de ordem.

Os pais, que normalmente já têm dificuldade durante o ano em impor limites, nesta época vêem-se a braços com a ingrata tarefa de “pôr em ordem” os comportamentos dos seus “bichinhos”.
Mas será que o regresso à normalidade tem que ser obrigatoriamente negativo para as nossas crianças? Ou será que lhes espelhamos o que nos vai na alma e é a nós, pais, que nos custa ainda mais este “enjaular” da família?

Aceitar cada momento como único e especial seja ele qual for, nem sempre é fácil.
O regresso ao nosso casulo pode ser visto como o aprisionamento das crianças entre quatro paredes, mas também pode ser encarado com alegria.
Regressar a casa, ao quarto, aos brinquedos, aos familiares e amigos poderá ser uma experiência gratificante para as crianças se estas aprenderem que cada página que se vira, cada porta que se fecha, deixa-nos antever novos desafios e um continuar.

Regressar à rotina é também regressar ao aconchego do lar, aos bolinhos e cozinhados caseiros, aos desenhos animados preferidos, às idas ao parque com os amigos, ao reencontro com colegas e professores, aos jantares de família, às histórias dentro do cobertor quentinho e a muitas, muitas outras coisas boas que constituem a dia-a-dia de uma família.

Para que não seja muito difícil o reajustar dos horários selváticos do Verão, procure reorganizar suavemente os sonos e as refeições das crianças, sem pressa e sem ansiedade.

Procure organizar serões em família e use as fotografias e filmagens das férias para em conjunto recordar o Verão como um momento único de plena comunhão e cumplicidade com os seus filhos, e a partir desse momento desenhar estratégias para que essa cumplicidade se estenda ao resto do ano.

Esta é uma altura que nos permite reflectir sobre quais são as nossas verdadeiras prioridades!
Vamo-nos permitir dar espaço para desfrutar dos nossos filhos durante o ano.
Vamos ouvi-los! Brincar e rir com eles! Marcar momentos especiais na nossa agenda diária.
Afinal Eles são o nosso principal projecto de vida.

Dicas:

  • Organize as suas prioridades.
  • Faça listas de compras, menus e tarefas a cumprir, de modo a optimizar o seu tempo.
  • Responsabilize toda a família na gestão da casa, através da atribuição de funções a cada membro.
  • Inclua os seus filhos na elaboração dos planos, sempre que seja possível. Assim será mais fácil ter tempos de qualidade para estar em família. Lembre-se que o que mais nos custa deixar das férias é o tempo sem regras, o tempo para dar e para receber, sem pressas e sem restrições.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tratamento Gratuito de Trauma

domingo, 18 de outubro de 2009

E agora um pouco mais de concentração!

Autora: Isabel Policarpo
Dicas para maximizar a concentração

Cria o teu ambiente de estudo
· Encontra um lugar(es) para estudar e de preferencia usa-o(s) só para esse fim. Estás a tentar criar hábitos de estudo nesse(s) local(ais), logo não o utilizes para conversar, sonhar acordado ou jogar …
· Dota-o de tudo o que precisas para estudares. Boa luz e ventilação. De uma cadeira confortável qb. De uma superfície onde possas espalhar os teus materiais.
· Assegura-te que o teu local de estudo não tem vista para potenciais fontes de distracção, nem uma televisão ou uma aparelhagem com som excessivo. Não te esqueças de fazer “desaparecer” o telefone ou telemóvel. Os colegas e amigos que falam demais também deverão ser aconselhados “a sair”. Mantém o nível de barulho e de estímulos visuais dentro de níveis aceitáveis.
· Evita relaxar enquanto estudas. Cria uma atmosfera de trabalho


Como estudar e estar concentrado?
· Quando sentires que te estás a distrair, procura envolver-te intensamente no que estás a estudar.
· Tem à mão uma folha de papel onde possas escrever os pensamentos que te vão surgindo enquanto estudas. Tira-os para fora do teu pensamento, deita-os no papel.
· Divide o teu trabalho em pequenos objectivos. Define os teus objectivos de forma concreta e concisa. Define metas de estudo quando te sentas para estudar, isto é antes de iniciar um novo periodo de estudo/trabalho. Para cada bloco de tempo de estudo, define uma meta que seja atingível.
· Começa com pequenos períodos de estudo e aumenta-os à medida que vais mantendo a tua concentração
· Define prémios adequados para sempre que atinges os teus objectivos.
· Divide o contéudo do estudo e intercalá-o com resumos ou apontamentos,
de modo a manter o interesse e a evitar o aborrecimento.
· Tira o máximo partido dos periodos de descanso e procura fazer coisas totalmente diferentes. Não mistures trabalho com divertimento/lazer.
· Planeia a duração do teu estudo com base nos teus objectivos e no material que decidiste estudar, e não, com base no relógio.
· Constata que não perdes amigos, nem o respeito, nem “um bom momento” só porque estás a estudar…estes estarão sempre lá


Como é que o teu corpo te pode ajudar a manter a concentração?
· Sempre que estudas usa o teu corpo para te ajudar a concentrar. Estuda de acordo com o teu bioritmo. Trabalha nos temas mais difíceis quando estás no pico da tua eficiência mental ( De manhã cedo? Depois das 22h?...) e planeia as tarefas e matérias mais simples, para quando estás mentalmente menos eficiente.
· Conhece e respeita a teu ciclo de concentração – quando começas uma sessão de estudo planeia o que queres atingir e começa energicamente. Quando a tua cabeça começa a divagar, chama-a de volta ao trabalho. Se verificares que estás constantemente a sonhar ou a trabalhar sem compreender, para e faz um intervalo. Durante 5 ou 10 minutos checa o teu voice-mail ou o teu mail, dá uma volta, divaga e relaxa. Depois começa a estudar e repete o ciclo. Para de estudar quando estás fatigado ou desatento.
· Durante períodos de stress e deadlines não deixes que a pressão faça com que ignores o teu corpo – aproveita todas as oportunidades- refeições, deslocações…para relaxar ou fazer exercício. Durante longos ciclos de estudo bebe muitos líquidos e come frequentemente pequenas refeições. Usa café, chá e softs drinks com moderação. Planeia intervalos para um exercício ligeiro para te ajudar a manter alerta e vivo.
· Estuda de preferência após períodos adequados de descanso. Não deixes de dormir, se tens que cortar no sono procura ir para a cama à hora habitual e levanta-te mais cedo. Se estás ansioso, relaxa periodicamente. Senão consegues dormir, faz exercício físico durante o dia e planeia 30 minutos de relaxamento antes de ir para a cama.


Existem na http://www.oficinadepsicologia.com/ os recursos necessários para ultrapassar as dificuldades com o estudo e a ansiedade ás avaliações.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estudar: Concentração...Concentração...Concentração







Autora: Isabel Policarpo



A concentração tem a ver com a capacidade para fixar a nossa atenção em algo. É sempre importante começar por perceber as razões porque cada um de nós estuda. Sem motivação não há concentração.

Barreiras à concentração

· Fome. Se temos a barriga vazia é difícil sentar e começar a estudar. Contudo também não é expectável que o façamos depois de uma grande refeição
· Fadiga. Quando estamos cansados é difícil manter a concentração durante algum tempo. Sempre que há um teste é preferível levantar mais cedo de manhã, do que ficar a estudar de véspera até tarde, porque deste modo tira-se partido do pico do período de maior eficiência.
· Distracções. As distracções adquirem muitas e variadas formas e podem ser internas ou externas. As distracções externas mais comuns são o barulho e o movimento. As distracções internas, variam de pessoa para pessoa, mas incluem os pensamentos e as sensações que competem pela nossa atenção. Cabe a cada um de nós identificar as suas distracções e pôr em marcha soluções para as reduzir. É importante assumir a responsabilidade por aquilo que fazemos e não culpar os outros pela nossa ausência de estudo. repara o teu espaço de estudo de modo a que esteja o mais livre possível de distracções.

Como construir concentração?

· Desenvolve interesse. O primeiro passo consiste em dar uma vista de olhos ao material de estudo, em tomar contacto com o tema e com a informação disponível sobre o mesmo. Às vezes ajuda delinear ou escrever algumas perguntas que podem ser clarificadas com o nosso estudo, pois isso ajuda a focar a atenção.
· Define objectivos. É importante definir objectivos específicos e não nos limitarmos a dizer por exemplo “Vou estudar matemática”. Importa ter um plano e metas, como por exemplo “Vou ler 10 páginas da matéria e fazer 5 exercícios”. Ao estabelecer um objectivo estamos a definir um “ ponto final para o nosso tempo de estudo” . De outra forma quando é que saberiamos que acabamos?
· Prepara-te para te concentrares. Escolher uma zona especifica para estudar é uma decisão sensata. Levar para lá todos os livros e cadernos , bem como tudo aquilo que achamos que vamos precisar é fundamental. Sempre que interrompemos o estudo para ir buscar algo, a nossa concentração quebra-se.
· Varia de actividade. A concentração é uma tarefa mental exigente. Ninguém consegue manter um nível elevado de concentração por tempo prolongado, pelo que importa variar de actividade enquanto se estuda. Podemos ler durante algum tempo, depois tirar notas/apontamentos, imaginar perguntas, fazer resumos ou mesmo dizer alto aquilo que aprendemos até ali.
· Evita “sonhar acordado”. Todos o fazemos, mas a melhor forma de o ultrapassar é saber que isso acontece. Quando os pensamentos distractivos nos invadem, devemos procurar voltar ao que estavamos a fazer. Uma forma rápida de o conseguir é por exemplo rever mentalmente a materia que se estive a estudar até ali. Se não é possível refocar a atenção, então aceitemos em concentrarmo-nos nos nossos sonhos. “Foca-te no teu sonho, escreve numa folha de papel o que estás a pensar”. Sempre que damos atenção aos nossos sonhos, eles deixam de entrar em conflito com o estudo. Às vezes chega mesmo a haver necessidade de nos levantarmos e dar uma volta, afastando-nos dos livros. Este gesto simples de levanter, ajuda a trazer a atenção para o trabalho que temos em mãos. Se mesmo assim for difícil , temos de aprender a controlar o sonhar acordado, no sentido de aumentar a concentração.
· Relaciona aquilo que estudas/aprendes Todos o fazemos, mas a melhor forma de o ultrapassar é saber que isso acontece.
· Define tempos. Definir o tempo para completar a tarefa, faz com que estejamos focados a completar o trabalho, até que o tempo se esgote.
· Marca o ritmo. Tentar fazer muito em pouco tempo é inimigo da concentração. Quando o que temos de fazer é exigente e trabalhoso, é preferível procurer não completá-lo de uma só vez.
· Define a missão. Uma das dificuldades dos estudantes manterem a concentração, reside no facto de “não terem nada onde se concentrarem”. Se a aproximação à tarefa não é planeada, não há um propósito.

A concentração exige prática. Pratica as sugestões anteriores de forma regular.

Na http://www.oficinadepsicologia.com/ encontras uma ajuda adiconal em "do 0 aos 20" Programa de resolução de ansiedade a avaliações

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Solteiros e Felizes


Autora: Catarina Mexia

Há uma ou duas gerações os solteiros eram olhados pela comunidade como frustrados que não conseguiam casar. Mas hoje ser solteiro é uma alternativa aceitável.





Da mesma forma que a sociedade mudou para acolher os solteiros por opção, também a nossa cabe­ça tem que mudar, especialmente se ser solteiro resulta do fim de um casamento em que predominou a união e a não individualidade. Es­tar solteiro pode ser uma experi­ência produtiva e feliz, se essa for uma escolha consciente.



Três rostos. Existem pelo me­nos três formas de encarar a con­dição de solteiro. A primeira en­globa pessoas que se sentem en­vergonhadas por terem de ad­mitir que continuam sozinhas. Mostram-se desesperadas e an­seiam por um companheiro. São facilmente aterrorizadas pelo me­do de não terem ninguém que as ame, o que as leva frequentemente à depressão e à insatisfação, dis­tanciando-as cada vez mais de um relacionamento.
Outras apregoam os benefícios de viverem sozinhas, mas não dis­pensam uma noitada, uma saída com amigos. Muitas delas estão a mentir a si próprias e aos outros, porque na realidade sentem-se so­zinhas e percebem que estão tão desesperadas quanto as que sen­tem vergonha por estarem sozi­nhas. Para algumas destas pessoas a necessidade de um companheiro pode esconder uma dificuldade de relacionamento consigo próprias. Sentem esta fase como uma inter­rupção numa área da vida que não devia parar. O medo de ficarem sózinhas leva-as a passarem por rela­cionamentos desagradáveis. E ao rejeitarem ficarem sós, estas pessoas defendem-se da confrontação consigo mesmas, com as suas qua­lidades e insuficiências.
Por último, existem pessoas que, mesmo não sendo solteiras por opção, sentem-se felizes e sabem lidar com esse estado saboreando cada minuto da vida. São a melhor prova de que ser solteiro não é si­nónimo de solidão. Mas porque vi­ver a sós pode não ser voluntário, há que aprender a ser solteiro. Por vezes as pessoas que se encon­tram novamente solteiras após um divórcio sentem um grande alívio e rapidamente desfrutam das vantagens dessa situação. São ge­ralmente casos de pessoas separa­das cujos casamentos foram de tal maneira absorventes que se consti­tuíram verdadeiras barreiras à re­alização pessoal. Tal não significa que os casamentos sejam por defi­nição um impedimento à realiza­ção pessoal ou que os solteiros se­jam mais felizes que os casados, pois nenhuma destas situações é perfeita. Estar bem connosco en­quanto solteiros envolve três está­dios básicos.




Auto-suficiência. Ter prazer em estar solteiro envolve a capacida­de de experimentar tudo através de nós próprios, em vez de o fazer através do parceiro. Significa cui­darmos de nós, mas também com­preendermos a nossa personalida­de. É neste trabalho de introspec­ção a sós que melhor percebemos e podemos explorar as nossas ne­cessidades, gostos e objectivos in­dividuais.
Ser solteiro pode ser visto como um estado que permite o cresci­mento pessoal, especialmente en­tre a adolescência e o casamento. Ao contrário do que geralmente acontece, ser solteiro podia até ser reconhecido como um está­dio de maturação do indivíduo e não um motivo de pena ou estra­nheza, até porque permite apren­der os princípios da responsabili­dade e da auto-suficiência, carac­terísticas difíceis de concretizar quando estamos envolvidos nu­ma relação entre pais e filhos ou marido e mulher.
Infelizmente, muitas pessoas não vivem esta importante fase. Saem de casa dos seus pais directamen­te para a sua família recém-cons­tituída sem sequer considerarem que podiam ser felizes como sol­teiros por algum tempo.


Viver objectivos. Quando se ca­sam, muitas pessoas deixam para trás muitos objectivos por cum­prir e isso pode prejudicar o ca­samento. Daí que muitas pessoas divorciadas ou viúvas aproveitem a sua nova condição para viverem os seus sonhos: viver sós, aprender a conhecer os ritmos próprios, di­versificar e aumentar o número de namoros, conhecer outro tipo de amigos e interesses, aprender a vi­ver e a cuidar de si.
Antes de nos envolvermos numa relação de longo termo ou num casamento, geralmente preocu­pamo-nos em conhecer o outro, do que gosta, como é, que características nos atraem ou afastam. Se isso é importante quanto a tercei­ros, também o deveria ser em re­lação a nós próprios. Ser solteiro é especialmente indicado para nos envolvermos no conhecimento de nós mesmos, eventualmente co­locando-nos as mesmas questões que colocaríamos quando conhe­cemos outras pessoas.
Muitos de nós fomos de tal forma influenciados pela família, pelos amigos e pelas normas sociais que que muitas vezes temos dificulda­de em aceitarmo-nos e conhecer­mo-nos tal como somos.



Gerir o tempo. Se o estado de sol­teiro é consequência de uma rela­ção desfeita, o tempo extra que ad­vém pode ter de se tornar alvo de uma verdadeira aprendizagem. Se antes da separação, especialmen­te no caso das mulheres, o tempo livre entre a casa, o emprego e os
filhos era quase nulo, agora pode não ser. E a tarefa por vezes mais difícil de encarar nesta nova con­dição é encontrar o que fazer nas horas livres. Saber tirar partido de ser solteiro significa aprovei­tar a liberdade para criar um es­tilo de vida excitante e recompen­sador. E vivê-lo sem a preocupação de não ser exactamente o que o ou­tro gostaria. As possibilidades es­tão apenas limitadas pela imagi­nação e determinação.
Com a liberdade de gerir o tem­po vem a liberdade de acção. Mes­mo que ser solteiro tenha inconvenientes em termos financeiros, pelo menos podemos sempre adap­tar os nossos sonhos ao tamanho do orçamento.





Para Descomplicar os Afectos, http://www.oficinadepsicologia.com/ e aventure-se nas novas relações, com os outros e consigo