quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Para acabar de vez com o STRESS



Para saber mais veja o nosso consultório em SAPO SAÚDE

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Perturbação de Pânico

Autor: Nuno Mendes Duarte
Quantas vezes, hoje, já levou a atenção ao seu coração? Esta é uma pergunta que lhe pode soar estranha ou, por outro lado, soar-lhe familiar. Não me estou a referir à sua condição cardíaca. Estou a perguntar-lhe se anda preocupado com as recentes manifestações de ansiedade que tomaram conta do seu coração. Como se já não confiasse tanto nele, tivesse perdido um pouco do controlo e o medo de que ele falhe se tenha apoderado de si. Hoje quero falar-lhe de Perturbação de Pânico


Se fosse descrito em tempo real, provavelmente soaria assim: Alto! Atenção ao coração. Que onda é esta que me percorre? Parece que o ritmo se tornou estranho, descompassado, passado, assustado, destravado… STOP! Quero que ele se acalme, mas ele não parece estar para aí virado. Claro que os pensamentos vêm atrás a empurrar e a minha mente começa a girar, planar, desconfiar, preocupar, catastrofizar… Começou a corrida do meu corpo a querer fugir desta sensação que se cola e se estende como uma manta que prende e, no fundo, que ninguém entende. Quero tentar disfarçar, mas como? Agora parece que já nem sei respirar. Inspiro ou expiro… ups, o ar não chega, olhem que me falta o ar, este ar que não entra e este ar que sai, mas porque é que o peito teima em apertar… Ai, ai… Que ritmo, que medo, o que é que me está a dar? E mais medo, pensamentos, tormentos e afrontamentos, já sinto o chão a girar. Quero sair, fugir, gritar de onde, para onde, sei lá… daqui para ali… dali para um sítio seguro. Já, já, já não sinto os braços, as pernas, a respiração não chega o coração vai rebentar, a boca parece palha… que loucura, mas isto não pára? Vou morrer? Agora? Mas não tenho aqui ninguém? Morrer agora, ou estarei a enlouquecer… Socorro, quero fugir do meu corpo… Tenho pânico e o meu coração não vai aguentar.

Se já experienciou um ataque de pânico, sabe então do que lhe estou agora a falar. É difícil, incompreensível, e parece vir do nada. Eu sei. Mas garanto-lhe que quando o nosso corpo berra o melhor que temos a fazer é não ignorar, ou pensar que logo passa. Por muito que ainda não perceba porque é que ele berra (e, convenhamos, um ataque de pânico é um berro gigante do seu corpo) a verdade é que seria bom dar-lhe alguma atenção, pois estamos a falar de uma condição clínica que tende a piorar com o tempo.

Vários estudos recentes têm enfatizado a necessidade de controlar os níveis de ansiedade e stress, pois a expressão das emoções passa muito pelo corpo… e, como já dizia o António Variações “quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”. O seu corpo é um veículo extraordinário onde fluem emoções poderosas. Quando não as expressa, ou se coloca em stress, o seu corpo cobra a factura prejudicando, inevitavelmente, o seu coração e colocando-o sob pressão, quando ele poderia estar a relaxar, aproveitando a liberdade de saborear cada batida. A boa notícia é que pode mimar o seu coração com uma intervenção psicoterapêutica eficaz que reduz os níveis de stress e ansiedade, para que não atravesse situações como a que foi descrita acima. Uma intervenção integrada entre o seu médico (que se assegura da boa forma do seu coração) e um psicólogo (que se assegura da boa forma da sua ansiedade) consiste na abordagem ideal a uma resolução equilibrada do seu problema.

Se quiser saber mais sobre como pôr o seu coração a relaxar, libertar-se da perturbação de pânico e regular o stress consulte http://www.oficinadepsicologia.com/clinica_ansiedade.htm

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Procura-se um(a) amante!

Procura-se um/uma "Amante"

Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.

Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança. Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"... além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas?!".

Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...

Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"?

"Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...

Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
"Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida".


Texto: Dr. Jorge Bucay, psiquiatra e psicoterapeuta argentino
Livro: "Hay que buscarse un Amante".


O texto foi enviado por uma cliente da OP. Um texto para reflectir sobre a relação que tem consigo próprio