domingo, 29 de novembro de 2009

E quem ajuda os psicólogos?

Pois é, os psicólogos também podem ser clientes!

http://www.youtube.com/watch?v=PSBOMvj3t_8

Saúde mental: é mesmo?

Para pensar:

http://www.youtube.com/watch?v=iIydrSMyNq0

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dia Internacional dos Direitos da Criança

A 20 de Novembro comemora-se o Dia Internacional dos Direitos da Criança, pois foi nessa data, em 1959, que a Organização das Nações Unidas aprovou a Declaração dos Direitos da Criança, com 10 Princípios. A equipa da Oficina de Psicologia quis juntar-se a esta comemoração através de pequenos textos que expressão a sensibilidade dos seus colaboradores para cada um dos 10 princípios:


Princípio I – Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

• A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer excepção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição económica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.

Ser Criança é ter o direito a ser diferente e especial, na igualdade entre as crianças;

Ser Criança ultrapassa as fronteiras, não se define nas crenças, é comum a todos os tons de pele e resume-se a uma única língua: a do amor

Ser Criança é crescer nesse lugar de afectos, numa regra sem excepções ou desculpas, onde simplesmente existe o direito de Ser Criança e de Sorrir :)

Ser Criança é ser-se mais pequeno ou mais crescido, mas nunca menos criança.

Hugo Santos

Princípio II - Direito a especial protecção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

• A criança gozará de protecção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.

Para as crianças poderem crescer física, mental e socialmente saudáveis, é nossa responsabilidade garantir-lhes um espaço seguro, mas com liberdade, para lhes podermos dizer:
* Anda, Corre, Dança, Salta, Trepa, Rebola, Cai, Levanta-te… para seres mais forte!
* Pensa, Afirma, Nega, Questiona, Investiga, Descobre, Lê, Estuda, Aprende… para conheceres-te a ti e tudo o que te envolve!
* Fala, Ouve, Brinca, Ri, Chora, Zanga-te, Ama, Abraça, Respeita, Confia… para pertenceres ao mundo!

…Assim cumpriremos o nosso dever para com elas
Joana Florindo

Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.

• A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.

Se eu te der o teu nome saberás sempre quem és, se te disser de onde és saberás sempre para onde voltar….Tu és … e este nome tem uma criança e tu tens uma identidade
Catarina Mexia

Princípio IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.

• A criança deve gozar dos benefícios da assistência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, como à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.

Dentro e fora do ventre materno a criança tem direito a crescer em condições saudáveis. Após o nascimento todas as crianças têm o direito a uma alimentação adequada e a um ambiente seguro, quentinho e afectuoso onde se possam continuar a desenvolver.
Ana Magalhães

Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

• A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.

Se para qualquer criança a estrada para o futuro tem algumas curvas, para aquelas cujos caminhos são diferentes da maioria é necessário e fundamental reforçar os cuidados e o amor.

O que mais atrasa uma criança com deficiência é mantê-la isolada ou tratá-la de uma forma diferente das outras crianças.
Ana Magalhães


Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

• A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso da sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade dos seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afecto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade da sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Hoje convido-vos a recordar, quando pela última vez fizeram uma viagem ao mundo infantil ao lado de uma criança? Aquela viagem, onde segundo palavras da psicoterapeuta infantil V.Oaklander, os adultos “fazem-se mais pequenos” e deixam de “puxar” a criança até à sua altura? Uma visita de respeito para um espaço enigmático, onde há lugar às florestas mágicas, tribos desconhecidos, castelos, onde os papeis de castigadores e missionários do conhecimento são desnecessários ou são desempenhados pelas próprias crianças.
Sente que tem dificuldade em partilhar com a criança esse mesmo mundo? Então, experimente o seguinte: “feche os olhos e em pensamento volte ao tempo quando você tinha idade do seu filho, sobrinho, neto, aluno e imagine algo que o deixava feliz, num estado de excitação positiva; algo o que tinha, que fazia, os seus amigos, conhecidos ou familiares, também algo que o deixava triste, desamparado… Experimente entrar em contacto com tudo que vai surgir na sua fantasia, como se tivesse a reviver as sensações, preocupações, alegrias da infância ou da adolescência. Depois de terminar, experimente olhar para as crianças com quem convive no seu dia-a-dia com os olhos da sua criança e veja e confie no que irá surgir.
Amar e compreender é fácil, desde que conseguimos ir em direcção à criança, em vez de puxá-la para um caminho mais confortável e conhecido por nós, adultos…
Irina António

Princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

• O interesse superior da criança deverá ser o interesse director daqueles que têm a responsabilidade pela sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, aos seus pais.

• A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos à educação; a sociedade e as autoridades públicas esforçar-se-ão para promover o exercício deste direito.

• A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça a sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades – desenvolver as suas aptidões e a sua individualidade, bem como o seu senso de responsabilidade social e moral.

A criança tem direito a receber educação gratuita, para poder ter igualdade de oportunidades para desenvolver as suas capacidades cognitivas e mentais e o sentido de responsabilidade moral e social, que fará dela um Homem maior.

A criança tem ainda todo o direito de brincar e de se divertir, porque como diz o poeta ”Sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança”.
Isabel Policarpo

O princípio sétimo da Declaração Universal dos Direitos da Criança diz-nos que todas as crianças devem ter o direito a uma educação gratuita e a usufruir de tempo de lazer e brincadeira. Deixo para as associações que com tanto esforço promovem estes direitos junto de pais, educadores e crianças o trabalho de esclarecer sobre este direito fundamental. 

Por mim, vou fazer apenas um pedido neste dia: deixem as crianças ser... crianças! 
Se eu bem me lembro, era quase um requisito desse estatuto de ser criança fazer disparates e tolices, um dia ser uma fada para no outro me transformar numa princesa de um reino distante, chegar suja a casa de tanta brincadeira, trambolhão e trapalhada ou, simplesmente de rebolar pelo chão de tanto rir; de vez em quando juntar uma camisola amarela com saia verde e meias cor-de-rosa sem que me fizessem sentir que estava ridícula... quando na verdade estava a mascarar-me de arco-íris!
Hoje em dia, na geração das super-mamãs e super-papás, também queremos ter super-filhos, com notas espectaculares, que cheguem limpinhos da escola, com aulas de inglês, francês, piano, natação, ballet... e mais um par de botas. Cuidado, malta! Muita da aprendizagem vem de onde menos se espera... do tempo de brincadeira, ou de pura tolice, que desperta os sentidos, estimula a imaginação e faz voar mais alto.
Ah, e já agora... divirtam-se com elas!
Patrícia Aguiar

Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

• A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber protecção e auxílio.

Se a sobrevivência é um instinto básico de qualquer ser humano,

Se uma criança é um ser humano em desenvolvimento,

Salvar uma criança é um instinto básico para assegurar a existência humana.

Providencie a assistência imediata a uma criança em perigo,

Ela tem o direito a ser protegida e socorrida por si.

Nuno Mendes Duarte

Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.

• A criança deve ser protegida contra todas as formas de abandono, crueldade e exploração. Não será objecto de nenhum tipo de tráfico.

• Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança se dedique, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar a sua saúde ou a sua educação, ou impedir o seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

O bebé humano nasce totalmente dependente, ao contrário da maioria dos animais e essa imaturidade permite-lhe enriquecer enormemente as suas capacidades futuras.

A fragilidade das Crianças tem que ser protegida, a todo o custo para que as gerações futuras possam ser mais fortes e sábias.
Esteja atento para este princípio e não vire os olhos; denuncie. É urgente proteger as Crianças.
Ana Magalhães

Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

• A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar as suas energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes.

A infância deve ser pautada por um princípio básico da existência humana: o direito à liberdade de escolha. A consideração que a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade dos outros, exerce um papel de especial relevo quando falamos de um ser que muito dificilmente consegue fazer valer os seus direitos. A nossa preocupação deve estar focada não no julgamento das diferenças raciais, religiosas ou de qualquer outra natureza, mas sim no exercício da compreensão, da tolerância e da amizade, para que os frutos da nossa educação possam fazer valer estas máximas e praticá-las, por sua vez, no contacto com os outros.
Talvez devêssemos parar para pensar o que queremos de facto transmitir às gerações vindouras e, por que não, ouvir com muita atenção o que as crianças têm a dizer sobre o assunto. Temos muito a aprender com elas! Experimente…

Ana Crespim

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hiperactividade & Défice de Atenção


Autora: Mónica Machado - Oficina de Psicologia Porto



Um dos grandes teóricos do desenvolvimento humano referiu que nos
desenvolvemos segundo uma ordem cronológica, em que factores
hereditários, o meio no qual nos inserimos e a estimulação que esse
meio proporciona, postula a adaptação e construção de estruturas
mentais que serão utilizadas no decorrer da nossa vida. Esse grande
teórico foi Piaget e hoje, mais do que nunca, devemos ter em conta as
suas palavras, os seus conhecimentos e a sua teoria, que salienta que
as crianças apresentam momentos para a aprendizagem e para o
desenvolvimento cognitivo e emocional.

As crianças de hoje parecem-nos obrigadas a crescer rapidamente e são
alvos de rótulos apenas porque se apresentam como diferentes. Hoje,
verificamos que uma criança mais irrequieta nos aparece rotulada com
hiperactividade e défice de atenção, quando muitas das vezes apenas
apresenta uma atenção deficitária, que necessita de ser estimulada.

Lembrem-se, as crianças precisam de brincar, de correr, de saltar…não
é por ser menos parada que é diferente! Preocupem-se mais se ela não
brincar, não correr, não saltar…

Na http://www.oficinadepsicologia.com/ existe um espaço para as crianças e seus desafios!

Ansiedade


Autores: Mónica Machado & Pedro Albuquerque - Oficina de Psicologia Porto




Todos os pessoas sofrem de ansiedade: é ela que nos faz reagir em
situações de perigo e ameaça; é ela que nos faz fugir; agir e tomar
decisões perante situações futuras que entendemos serem importantes. É o medo que sentimos que nos faz evitar certos constrangimentos, alertando-nos para o perigo que alguma coisa possa correr da forma que não queremos.

A ansiedade pode manifestar-se em diferentes momentos: numa crise; no luto; perante um perigo real ou imaginado; na antecipação de uma ameaça. É o medo que pode levar a que as pessoas se sintam desconfortáveis com os sintomas no corpo, tais como suores frios, dificuldade em respirar, aumento do batimento cardíaco, e que as faz terem comportamentos de evitamento dessas situações tidas como ameaçadoras.

A ansiedade só se apresenta como um problema quando interfere com a vida social, pessoal, profissional ou estudantil da pessoa.

Não devemos deixar que a ansiedade ou o medo que sentimos nos leve ao evitamento, devemos ser capazes de a enfrentar, encontrando soluções para a resolver e ensinar o nosso corpo e a nossa mente a relaxar perante este estado transitório de mal-estar.

Lembre-se, existem soluções em http://www.oficinadepsicologia.com/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dia Mundial do Não Fumador.

Autora: Ana Magalhães

A 17 de Novembro comemora-se o Dia Mundial do Não Fumador

A Oficina de Psicologia pretende cumprimentar aqueles que não fumam e convida-os a tentarem estender esse comportamento saudável aos seus entes mais próximos.

Você, que ainda não se encontra livre de fumo, comece a tomar medidas para deixar de fumar.

Eis algumas dicas:

– Não fume dentro de casa; 
– Não fume no carro;
– Retire da sua vista objectos como isqueiros, fósforos, cinzeiros e cigarros;
– Quebre as rotinas;
– Beba chá em vez de café
– Não frequente ambientes de fumo;
– Beba pequenos goles de água como se estivesse a mastigar;
– Compre uns pauzinhos de canela e tenha à mão.

Sabia que:


  • Após oito horas sem fumar os níveis de monóxido de carbono baixam e os de oxigénio aumentam
  • Passadas 72 horas, a capacidade pulmonar aumenta e a respiração torna-se mais fácil;
  • Com cinco anos de abstinência do tabaco, o risco de cancro da boca e do esófago é reduzido para metade.
  • Ao final de dez anos, o risco de cancro do pulmão é já metade do verificado em fumadores, e o de outros cancros diminui consideravelmente.
  • Após 15 anos de abstinência, o risco de doença cardiovascular é igual ao de um não fumador do mesmo sexo e idade.
  • A aparência renovada, o hálito mais fresco, o travar do envelhecimento precoce e a poupança económica são factores adicionais que podem motivar a sua decisão.

Deixe de fumar! Afinal se os outros conseguiram você também consegue!


E se precisar da nossa ajuda vá a www.oficinadepsicologia.com e increva-se no Programa Respirando 

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Acção vs Decisão

Autora: Irina António

Diálogo em terapia:


C: “estou exausta (com lágrimas nos olhos), tenho de escolher entre duas pessoas: continuo com o meu actual namorado ou volto para o anterior. Gosto dos dois, cada um tem qualidades que aprecio, um poderá proporcionar mais estabilidade na vida, mas o outro é mais interessante e tem ideias…tenho medo de escolher e que depois algo possa correr mal”


T: “eles sabem da existência do seu conflito interno, da existência do “outro” na sua vida?”


C: “sim, eles estão a espera, estão a pressionar-me para eu tomar a decisão …”


A questão das escolhas é uma das mais frequentes nas sessões de terapia, e será que existe alguém que nunca na vida teve dúvidas sobre escolhas feitas ou a fazer?


Quero partilhar convosco algumas ideias a este propósito, até porque eu própria também algumas vezes me reconheço na frustração do célebre burro de Buridan que morreu à fome concluindo assim o seu indeterminado processo de indecisão entre um balde de água e um fardo de palha.


Vamos experimentar aliviar a questão da decisão, recorrendo ao pressuposto que nenhuma escolha pode ter o resultado “ideal”. Até porque cada escolha é pessoal e personificada e daí, precisa de ser ajustada ao contexto de vida da pessoa. Mais ainda, a situação em que esta escolha está a ser feita pode mudar amanhã. Parece-vos que agora está a ser mais fácil olhar para a situação de escolha? Ainda não….o pé continua a permanecer no travão das dúvidas. Será que a questão ali está no receio de nos responsabilizarmos pelas nossas acções?”


Parece que nem tanto assim. Porque para a maioria de nós, o mais importante não é tanto o resultado da escolha, mas sim, a aprovação dos outros. Por outras palavras, a aprovação dos outros é o resultado principal. E, se os outros não gostarem da nossa actuação? Vamos ter de explicar, justificar, conversar muito “acerca de….”. E para jogar pelo seguro preferimos abastecer de explicações-justificações com alguma antecedência. E porque é difícil prever todas as questões que os outros se vão lembrar de nos colocar, o processo da sua pesquisa pode prolongar-se até ao infinito. E ali está o segredo. Será que existe uma maneira de abreviar este processo de recolha de explicações - justificações, analisando-os antecipadamente ou compreendendo melhor o mecanismo deste astucioso “processo de tomada de decisão”? Estamos nós quase à porta da resolução deste problema de dúvidas, com tudo o que precisamos – explicação das causas da sua indecisão, justificando desta maneira perante o olhar dos que não nos compreendem.


No entanto, o que sabemos com alguma certeza é que dentro da pessoa não existe nenhum mecanismo que faz escolhas por ela, e mais ainda – assume responsabilidade por estas mesmas decisões. A única coisa que existe lá dentro é a própria pessoa.


Se vos pedir para dar uma imagem da pessoa no processo de fazer uma escolha, provavelmente surge algo do género: uma pessoa a atirar moedas ao ar, fazer esquemas e preencher com “+” e “-“, conversar longamente com um amigo, ficar num estado de reflexão quase permanente. Mas todas estas artimanhas não têm nada a ver com o próprio processo de tomada de decisão, tirando situações quando este mesmo processo transforma-se numa acção. E, muito frequentemente, estas “transformações” passam para pessoas simplesmente despercebidas.


Aqui vai um exemplo. Uma jovem mulher partilha algumas dúvidas sobre a vontade de continuar a relação com seu namorado, acrescentando que “temos de dizer a verdade um ao outro, não é, querido?” Expulsando para fora o seu “processo interno de escolha: ficar ou não ficar”, ela transforma-o em acção.


Assim, o conteúdo da sua escolha não foi sobre a continuação da relação, mas sim, sobre “partilhar ou não partilhar suas dúvidas com o namorado”. E sua próxima questão relacional não será sobre suas dúvidas da continuação da relação, mas sobre o que ela fez: consequências do dito. Claro, que o namorado pode não ligar nenhuma às “expressões da verdade” e pensar que tudo isto são pensamentos confusos da mulher emocionada e preferir ignorar e até permanecer em silêncio. Um silêncio com efeito da acção, até porque ausência de reacção também é uma escolha. Agora podemos imaginar as consequências destas acções “não evidentes”…


A tríade escolha / acção / responsabilidade andam sempre juntas. E para não complicar mais, simplesmente convido-o a fazer algo de diferente: em vez de analisar uma dinâmica interior complexa do processo de criação das suas decisões, tente fazer um prognóstico de consequências das suas acções eventuais e/ou reais. Está satisfeito com elas – então, força! A decisão está tomada…