sábado, 29 de agosto de 2009

Stress Pós-Férias

  • O despertador toca, ainda um pouco incrédulo, pela hora matutina. Levanto-me num sobressalto, imaginando o pior: “o que se passa, o que é isto?”. Uns segundos de reorientação, e passo do alarme ao desespero – recomeçou tudo. O cinzento da rotina, o cheiro a mofo desta vidinha, o amargo de boca das pequenas irritações de trânsito e a estridência de chefes de maus fígados…

    Cinco minutos depois do reinício, e apagam-se as férias do corpo, arquivadas num qualquer recanto esconso das memórias que já pertencem ao passado distante. E começa o stress… Pior do que aquilo de que me lembro, será possível?

    O stress define uma reacção global do organismo a condições que requerem uma adaptação, obrigando à mobilização de recursos pessoais. De cada vez que mudamos de um cenário para outro, por exemplo, como é o caso da passagem dos ritmos livres das férias para uma cadência regulada pelas obrigações das horas impostas e do fluir para a concentração na tarefa, o organismo reage, adaptando-se e apresentando-nos a factura dessa adaptação sob a forma de uma reacção designada de stress.

    O stress tem impacto em todas as áreas do funcionamento humano: intelectual, emocional, comportamental e somático. Alguns indicadores que nos podem fazer suspeitar de uma reacção de stress:
    Dificuldade em manter a atenção e concentração
    Impaciência/irritabilidade
    Lentidão de raciocínio
    Dificuldades de memória
    Dores no corpo, musculares ou de cabeça
    Dificuldades em adormecer ou manter-se a dormir, ou sono pouco repousante
    Alterações no apetite ou gastrointestinais
    Impulsividade de comportamentos
    Menor desempenho nos processos de tomada de decisão
    Sensação de dificuldade em respirar
    Batimentos cardíacos acelerados
    Tremores
    Cansaço exagerado

    Em caso de dúvida, faça o nosso teste de auto-diagnóstico (http://www.oficinadepsicologia.com/stress_pos_ferias.htm) para avaliar o seu nível de stress e ansiedade.

    Para reduzir ao mínimo o stress pós-férias, aqui vão algumas sugestões

Nos últimos 3 dias antes do recomeço:

  • Vá ajustando gradualmente os seus ritmos de sono e alimentação, aproximando-os daqueles que governam a sua vida em tempo de trabalho/estudo.
  • Reserve uma ou duas horas por dia para estabelecer a sua organização para os primeiros dias do recomeço: faça a lista de pendentes que quer despachar nos primeiros dias de trabalho ou estudo, organize as roupas, trate dos últimos assuntos que planeou para quando não tivesse restrições horárias, organize os aspectos de vida familiar que requerem atenção no pós-férias, etc.

Nos primeiros dias do recomeço:

  • Se trabalha, assegure-se que a primeira manhã de trabalho (ou, no mínimo, as primeiras horas) está livre de reuniões e compromissos, para poder ter o sossego suficiente para tomar contacto com o trabalho que se avolumou na sua ausência: e-mails, correio, recados telefónicos, assuntos urgentes.
  • Mentalize-se que não vai conseguir recuperar os dias de ausência todos no mesmo dia! Prioritize, planifique, delegue, saiba ignorar o que não é nem importante nem urgente – assuma que o tempo é um recurso escasso e que é humano!
  • Não abra mão do seu tempo de descanso, a favor de tentativas vãs de recuperação do tempo ausente: mantenha a hora de almoço, evite sair muito mais tarde do trabalho, garanta que tem tempo diário (ainda que pouco) para si, para a família e para os amigos.
  • Faça dos fins-de-semana dias de descanso intenso e de qualidade.

    E, agora, aguardamos as vossas sugestões e truques pessoais para lidar com o stress pós-férias! Use este blogue para deixar os seus comentários e partilhar com todos aquelas (pequenas) acções que o(a) ajudam a recomeçar o trabalho ou o estudo, depois de umas boas férias, sem grande trauma ou stress.

Autora: Madalena Lobo

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Amores de Verão




Mais do que a Primavera, o Verão é, por excelência, a época dos amo­res. E a razão por que isso aconte­ce não deriva do acaso. Existem diversas teorias e condicionantes que parecem contribuir.

Redescobrir o corpo. Durante o ano os relacionamentos amoro­sos têm falta de sensualidade. As inquietações, o stress e a fadiga são os piores inimigos do desejo e a chegada do Verão revela-se o momento ideal para acordar uma libido adormecida pelos dias mais frios. O corpo, finalmente descoberto das roupas de Inverno, revela-se nas suas formas, cores e odores que despertam sensações e atracções. Geralmente apresen­tam-se peles bronzeadas, sem rugas de preocupações, distendidas pelo conforto da liberdade de movimentos.

Associada a esta exposição corpo­ral parece estar a teoria que diz sermos ainda influenciados pelas feromonas, hormonas associadas à atracção e disponibilidade se­xuais, especialmente importantes nos animais não racionais. Para nós terão passado para segundo plano, mas muitos cientistas crê­em que ainda têm um papel muito importante nos mecanismos de atracção entre humanos.

Verdade ou não, o que parece é que o calor favorece a libertação de odores corporais que incluem estas hormonas a que inconscien­temente continuamos sensíveis.

Tempo livre. Suspender a mono­tonia do quotidiano, interromper rotinas, autorizar-se a fazer na­da, tirar partido das horas extra de luz, sair e passear, tudo nesta altura parece contribuir para reen­contrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas. A época de Verão é eleita pela maio­ria de nós para gozar as merecidas férias grandes. Sem imposição de horários, esquecemos os pequenos males do quotidiano que nos dei­xam de mau humor e subitamente descobrimos ter tempo para cui­dar de nós, o que nos deixa agrada­velmente felizes e bem dispostos. Interessa-nos pouco mais do que o dia-a-dia e mesmo as situações sociais daqueles que conhecemos são irrelevantes. Provavelmente travamos conhecimento com pessoas que nos agradam, mas que em circunstâncias normais nunca teríamos conhecido. A rotura do momento propicia a união de duas pessoas que fora deste tempo certamente nunca se encontrariam. O que conta é o prazer de estar junto.

Uma questão de luz. O sol influencia todos os nossos com­portamentos. Dependemos total­mente da sua luz para o nosso me­tabolismo e biorritmos. Em países em que predominam as horas de luz e a presença do sol a expressão emocional é mais expansiva, como nos países latinos, enquanto que nos países do Norte da Europa, por exemplo, com menos horas de sol, essa característica é mais contida.

Estas são algumas das condições que o Verão e as férias reúnem para que o amor "ande no ar", especial­mente o amor romântico, efémero por natureza. Mas raramente es­tes amores perduram até à estação fria. Ainda que o amor de Verão se­ja intenso e muitas vezes recípro­co, raramente resiste à prova do tempo, da distância e da realidade. Quando estas contingências re­gressam, muitas vezes assistimos a verdadeiras transmutações do outro. Aquele que tinha agradado pela sua espontaneidade, alegria de viver e capacidade de aventura modifica-se radicalmente. O seu penteado torna-se mais formal, as suas roupas transformam-se em verdadeiras carapaças, más­caras que tem de envergar para enfrentar a sua profissão. Apenas alguns encontros extraor­dinários parecem resistir ao fim do Verão. Mas serão eles capazes de resistir à distância?

Longe da vista. Além do Verão ter acabado, a distância geográ­fica também é uma realidade em muitos amores de Verão e pode ser uma vantagem que ajuda a manter uma relação que tanto prazer deu, não só porque mantém o drama, como evita o desgaste. Permanece a incerteza, a impaciência da espe­ra de um sinal do outro. A alegria dos reencontros predomina e mu­da o humor, pois são tão raros que há que aproveitá-los bem.

A distância tem ainda a virtude de não favorecer a rotina. Estar fora de contacto impede que os hábitos de casal se instalem, tornando cada encontro uma oportunidade para novas descobertas. Os assuntos de conversa nunca se esgotam. Mais: esta distância permite continuar uma vida de celibatário, sem a ne­cessidade de estar comprometido ou de fazer cedências imediatas.
Suspender a monotonia do quotidiano, interromper rotinas e autorizar-se a fazer nada, tudo
no Verão parece contribuir para reencontrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas.
E evita discussões, porque rara­mente os elementos do casal estão em "dia não". Vêem-se tão pouco que não faz sentido estragarem tudo com críticas ou desentendi­mentos.

Mas o reverso da medalha existe e revela-se quando impede a criação de hábitos de partilha caracterís­ticos e necessários numa vida de casal, como, por exemplo, conhe­cer verdadeiramente a pessoa por quem nos apaixonámos no Verão. Mesmo que a maioria dos roman­ces de Verão não dure, a verdade é que não nos devemos privar deles, até porque nos permitem aprender a conhecer e experimentar outras características que desconhecía­mos em nós.

Autora: Catarina Mexia (XIS)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TERAPIA DE CASAL

(por Catarina Mexia)

Com frequência sou confrontada com o pedido de explicação daquilo que faço e vejo-me na necessidade de começar por dizer que este tipo de intervenção terapêutica, ao contrário do que muita gente pensa não se destina apenas para casais em vias de divórcio.

Em algum momento do seu percurso, todos os casais passam por dificuldades no seu relacionamento e as causas nem sempre se relacionam com fenómenos “estranhos”. Podem resultar de crises naturais do desenvolvimento da relação, de circunstâncias externas como o desemprego, doença de um familiar ou mesmo de factores de personalidade de ambos os cônjuges.

As pessoas procuram a Terapia de casal por um grande número de problemas e cada casal é diferente, mas as queixas mais frequentes incluem, a falta de comunicação, discussões constantes, necessidades emocionais que não são atendidas, problemas financeiros e conflitos com as famílias de origem. Estes são problemas presentes em quase todas as relações e o pedido de ajuda surge como o resultado do aumento da frustração e desapontamento que progressivamente se vai instalando. Outras causas, prendem-se com situações de infidelidade, sensação de perda de afecto, carinho, ou um acontecimento traumático, como por exemplo a morte de um filho.

Factores que influenciam a relação de casal:
Não é novidade se disser que o casamento, a relação a dois, constitui uma realidade complexa e desafiadora, compensadora e dolorosa. A natureza das relações acaba por ser fruto da forma como o casal lida com os diversos factores que a influenciam. Por exemplo, os casais não tradicionais (sem filhos ou com elementos do mesmo sexo) tem que se disponibilizar para ultrapassar obstáculos adicionais para que a relação funcione. A sociedade influencia a forma como os relacionamentos se vão estruturando e estes acabam por sofrer o impacto das mudanças ao nível social. Por exemplo, no contexto actual e na sociedade ocidental os casais constituem-se e vivem os seus relacionamentos esperando uma intimidade emocional e sexual intensa, igualdade de sexos e tolerância em relação à diferença. Se recuarmos algumas dezenas de anos tal seria não só impossível como estranho. Contudo, constatamos alguma contradição entre esta liberdade de escolha (os pais já não decidem por nós com quem devemos casar) e o número de divórcios e muitas vezes nos perguntamos porquê? Na realidade, as mudanças, mesmo que positivas que tem acontecido na sociedade, ocorreram a um ritmo que se tornou perturbador, na medida em que as pessoas levam tempo a integrá-las no seu modo de pensar e agir, gerando-se assim um conflito entre a tradição e a necessidade de integração face ás regras da sociedade. Se em teoria gostamos de poder ser livres e escolher o nosso companheiro em função da existência ou não de um laço amoroso, já temos dificuldade em transformar em actos o respeito pelo autodeterminismo sem nos sentirmos menos família pois afinal o modelo que ainda está fortemente enraizado nas nossas mentes diz-nos que um casal tem prazer em partilhar tudo.

Por sua vez, alterações económicas importantes na sociedade que levam ao desemprego, dificuldade de arranjar o 1º emprego, ou reformas antecipadas, exige que o casal se adapte aquilo que são desvios á normal evolução do seu ciclo de vida. Encontrar empregos adequados, casas compatíveis é difícil para os jovens, que permanecem em casa dos pais quando deveriam procurar desenvolver os seus relacionamentos. Os seus pais, podem ambicionar à sua liberdade, ou podem estar a atravessar mudanças importantes na sua vida, e tem que partilhar esses momentos num regime alargado quando era suposto voltarem a ser apenas dois. Ainda, os média promovem o consumismo e a ideia de que o casamento e a vida em família é relativamente feliz e livre de conflitos criando uma enorme pressão devido a expectativas que se revelam inatingíveis. Como resultado o stress emocional e económico acaba por cobrar a sua parte na relação.

Fases do casamento:
Cada relação é única, mas existem fases identificáveis na experiência da maioria dos casais e que normalmente se desenvolvem numa sequência. O Namoro tem como característica mais marcante o facto de constituir uma pausa na vida diária: um novo relacionamento tem tendência a fazer a pessoa sentir-se muito bem consigo e com a sua vida e qualquer problema nos parece insignificante. O tempo partilhado nesta fase é essencialmente marcado pelo bem-estar e divertimento, e sem responsabilidades comuns estabelecidas. Com o casamento ou compromisso a longo prazo começa um período de estabilização de carreiras, de objectivos e de tomada de decisões em relação a filhos. É uma época em que resolvemos assuntos ou sentimentos deixados em aberto em relações anteriores, provavelmente seguido por um período de consolidação, durante o qual saboreamos o que fomos estabelecendo como formas de relacionamento. Os anos seguintes, chamemos-lhe produtivos, caracterizam-se pelo desenvolvimento dos objectivos familiares com o aparecimento dos filhos, em que a parentalidade é geralmente um período de grande felicidade, ainda que stressante, e onde somos chamados a fazer ajustes importantes à nova forma de estar de modo a incluir os filhos, passando a ter um tempo limitado para olharmos o nosso relacionamento. Esta fase, para os casais sem filhos, ou casais do mesmo sexo, não existe o que os faz olhar para as suas relações de forma diferente e encararem um conjunto de outros desafios, nomeadamente aqueles que resultam do desvio à norma. São aqueles momentos em que os que não tem filhos começam a ver rarear o número de casais com quem podem sair para se divertir à noite, ou partilhar a casa. A meia-idade pode ser um período difícil na medida em que muitos dos objectivos foram alcançados e é chegado o momento de reavaliar prioridades e formas de estar. A entrada dos filhos na adolescência, a luta destes pela independência – ou a permanência prolongada em casa dos pais, põem, no primeiro caso o desafio do “ninho vazio”, ou seja, como conviver novamente a dois, ou pelo contrario o adiar de uma liberdade de relacionamento à muito sentida como merecida pelo casal. O envelhecimento e muitas vezes dependência dos pais trazem desafios adicionais, não só financeiros como emocionais. A reforma, pela qual muitos anseiam pode ser emocional e financeiramente difícil. A doença ou perda do parceiro tende também a acontecer por esta altura, e estes são acontecimentos marcantes pois o trabalho e a convivência diária com o outro tem um poder estruturante que providencia ás nossas vidas um sentido. Quando um deles desaparece, adaptações importantes são necessárias.

Cada uma destas fases dá origem a uma variedade de pressões e de potenciais dificuldades. Frequentemente existem variações na medida em que estas fases podem começar e/ou acabar abrupta ou gradualmente, uma fase pode interligar-se com outra, ou algumas podem nem existir. Em algumas circunstâncias, como nos casamentos em 2ª núpcias em que há filhos de relações anteriores, ocorrem alterações significativas.

Adicionalmente cada uma dos elementos do casal pode estar a atravessar vivencias individuais complexas no seu crescimento psicológico e emocional e nem sempre estas encaixam à primeira na vida de casal.

O que é a Terapia de Casal?
Antes de mais importa dizer que não existe um modelo ideal e universal para uma relação. A “boa relação” é aquela que funciona para ambos e efectivamente lhes permite alcançar os seus objectivos, individuais e de conjunto. Se tal não funciona, não significa necessariamente que o casal necessite de terapia. Todas as relações passam por momentos difíceis, e as fases de crise são também momentos privilegiados para o crescimento e introdução de novas regras de funcionamento. No entanto, um ou os dois elementos do casal podem sentir-se continuamente insatisfeitos, frustrados, incompreendidos e se não foi possível resolver os assuntos de forma aceitável para ambos, então é altura de pedir ajuda a um profissional.

A Terapia de Casal é um meio de resolver problemas e conflitos que os casais não conseguiram trabalhar de forma eficaz entre si. Envolve os dois elementos na presença de um psicoterapeuta com treino específico para conversar com eles os seus pensamentos, sentimentos, emoções, acerca da relação. O objectivo é permitir que cada um consiga um melhor entendimento de si, do seu parceiro, naquela relação, para decidirem se precisam ou querem fazer mudanças, e se assim for ajudá-los a estabelecer e a atingir objectivos. Esta forma de terapia envolve apenas o casal.

Podem discutir-se situações relacionadas com os filhos, mas sem a presença destes. Pretende-se que o casal possa desfrutar de um espaço/tempo para cuidar de si, longe das interferências dos filhos ou das famílias de origem. A Terapia que envolve pais e filhos desenrola-se de forma diferente e geralmente é conhecida por Terapia Familiar.

O papel do Terapeuta de Casal, é ouvir os intervenientes ajudando-os a identificar e clarificar áreas problema. Começa por perceber como cada um vê o problema, qual a história do relacionamento e aspectos relevantes da história com as famílias de origem para o problema do aqui e agora. Após a discussão e avaliação da situação é proposto um plano terapêutico. O terapeuta actua quase como um mediador, tentando, por exemplo clarificar mal entendidos na comunicação, promovendo novas formas de olhar para situações aparentemente sem saída.

Novas perspectivas resultam numa mudança de sentimentos e comportamentos que permitem lidar com as dificuldades criando disponibilidade para novas formas de estar, novos desafios.

Ideias

  1. Pedir ajuda não é igual a fracasso
  2. Nem sempre somos suficientemente objectivos para compreendermos as diversas alternativas que existem, se estamos dentro da relação
  3. O casal tem recursos que desconhece ou tem medo de por em pratica. O papel de um terapeuta de casal pode ser apenas o de facilitador numa situação de impasse
  4. Porque os ignoramos, os problemas não desaparecem, crescem, intensificam-se, desgastam-nos. São mais fáceis de resolver enquanto são sentidos como pequenos e existem sentimentos positivos na relação.

Catarina Mexia, Terapeuta Familiar e de Casal

domingo, 16 de agosto de 2009

Pode um casal sobreviver a uma Infidelidade?


São dificeis de encontrar estatísticas actualizadas mas segundo um estudo, cerca de 37% dos homens casados e 20% das mulheres casadas foram infiéis pelo menos 1 em vez, e 1 em cada 2,7 casais foi vítima deInfidelidade (The National Opinion Research Centre, 1992).

Ainda, mais 50 % dos casais que iniciaram Terapia de Casal fizeram-no porque um dos parceiros tinha sido infiel. Estes números são espantosos e incluem problemas de natureza sexual, e emocional.

Os problemas emocionais são considerados uma nova crise de Infidelidade e tornam-se provavelmente mais prevalentes devido à era tecnológica em que vivemos. Neste tipo de situações, pessoas que nunca teriam sido infíeis á relação atravessam a linha de uma amizade platónica para um relacionamento romântico, muitas vezes no local de trabalho e na Internet. Os relacionamentos românticos são diferentes das amizades platónicas porque, nas segundas, não há
1) uma intimidade emocional maior do que na relação conjugal,
2) o sigilo e ocultação do parceiro
3) química sexual.

Relações de Internet, que causam sofrimento no casal apesar da falta de contato físico real, são exemplo de problemas emocionais. No entanto, os problemas de tipo combinado em que relações extramaritais que ocorrem num contexto emocional intenso tem geralmente um impacto mais devastador(Glass, 2005).

Após a descoberta/divulgação devastadora da infidelidade, crises recorrentes e emoções intensas são a norma.

Pode uma relação sobreviver este tipo de uma crise? A resposta é sim;

A maioria dos relacionamentos não só pode sobreviver a uma infidelidade, como terapeutas de Casal observaram que muitos relacionamentos se tornam mais fortes e mais íntimos após a terapia de casal (AAMFT Consumers Update, 2005).

Em geral, o casal precisa de ultrapassar 3 fases para reconstruir a relação (Spring, 1996):

1) Há que instituir a segurança e tratar os sintomas traumáticos. Fundamental terminar qualquer contacto com o parceiro/a envolvido na relação extraconjugal. Quando este é um/a colega de trabalho, o contacto tem que ser estritamente profissional e os encontros necessários partilhados com o/a parceiro/a, nas conversas normais do fim de dia para reconstruir a confiança.


2) Partilhar a história da relação extraconjugal. Esta é uma fase dificil, dolorosa , mas necessária e que feita no contexto da consulta, moderada pelo Terapeuta, evita que seja uma processo inquisitorial. O princípio orientador nesta fase está em utilizar informações para melhorar a cura, versus exercer interrogatório destrutivo, como aquele que normalmente decorrer na intimidade do casal.

3) Compreender, integrar, contextualizar a relação extraconjugal e orientarem-se em direcção ao futuro. As componentes mais importantes desta fase são reconhecer as vulnerabilidades da relação e trabalhá-las. O casal desenvolve um renovado sentido de confiança, compromisso e uma responsabilidade partilhada de mudança.

Mais de 90% das relações extraconjugais ocorrem por uma necessidade de intimidade emocional do que por necessidades sexuais (Gottman, 1999).

Compreender como e porquê a desconexão emocional aconteceu no casamento é a chave; sobreviver a este problema significa ser honesto, sendo aberto e estar disposto a tomar as medidas necessárias para reconstruir a amizade e confiança.

Também requer que o parceiro infiel tenha a capacidade para empatizar com o seu cônjuge e o ajude a recuperar do sentimento de traição. Se ambos os parceiros se comprometerem a colaborar para tratar destas questões, a sua relação pode definitivamente sobreviver e prosperar, após a Infidelidade.

Autoria: Dr. Tanja Haley
Tradução livre: Catarina Mexia

Na Oficina de Psicologia existem consultas de Terapia Familiar onde esta realidade é possível.

Nelas são utilizadas técnicas que permitem aos casais atingiram as fases aqui descritas, com particular enfase para o EMDR. Esta é uma técnica potente para ultrapassar situções de trauma como a da infidelidade e cuja maior vantagem se relaciona com a diminuição de tempo necessário para obter os resultados pretendidos.

Para mais informações vá a : http://oficinadepsicologia.com/conjugal-familiar.htm

Estudo aponta para importantes alterações na qualidade de vida após a terapia de grupo cognitiva-comportamental para Perturbação de Pânico


Investigadores do Departamento de psiquiatria do Hospital Universitário de Zurique, Suíça e do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital Universtário de Hamburgo, conduziram um estudo que demonstrou o efeito positivo na qualidade de vida das pessoas após terapia de Grupo de inspiração cognitivo-comportamental no tratamento da Perturbação de Panico.

Dados sobre a qualidade de vida (QoL) são importantes para estimar o impacto das doenças no funcionamento e bem-estar. O presente estudo foi concebido para avaliar a associação dos diferentes aspectos da Perturbação de pânico (PD) com QoL, e examinar a relação entre QoL e os resultado sintomáticos seguintes a uma terapia cognitiva-comportamental breve
de grupo (CBGT).

A amostra foi constituída 55 pacientes que sofrem de PD e que passaram por CBGT.

Os resultados são animadores para os terapeutas cognitivo-comportamentais que tratam pacientes que sofrem de Perturbação de pânico em grupos, dado que a diminuição dos sintomas de PD parece ser associadas a melhorias consideráveis na Qualidade de Vida (QoL).

Para mais saber mais:
http://dx.doi.org/10.1016/j.eurpsy.2009.05.003

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Insónias


Para si que sofre de insónias,
veja as recomendações da Associação Portuguesa de Sono

http://www.apsono.com/pt/folheto.pdf

domingo, 9 de agosto de 2009

Sabia que a Depressão tem um risco de mortalidade semelhante ao do Tabagismo?


A depressão pode aumentar a mortalidade, tanto quanto fumar, de acordo com o novo estudo publicado em Agosto pelo British Journal of Psychiatry.

Especialistas do King's College London associaram-se a colegas noruegueses
para investigar se a depressão e a ansiedade estão associados com aumento da mortalidade.

Um estudo de grandes dimensões envolvendo 61 349 pessoas foi levado a cabo na Noruega.
O estudo mostrou que a depressão está associada a um aumento da mortalidade. Ainda, o risco é semelhante aquele atribuível ao factor "tabagismo"(depressão: ratio hazard (HR) = 1,52, IC 95% 1,35-1,72-v-fumantes: hazard ratio = 1,59, IC 95% 1,44-1,75).

Escrevendo no British Journal of Psychiatry, o principal investigador, Dr. Arnstein Mykletun disse: "Para ilustrar a força da associação entre depressão e mortalidade, foi comparada com o efeito do tabagismo atual - aceitou-se como fator de risco para a mortalidade e uma meta para importantes iniciativas de saúde pública."

"As probalidades para mortalidade associadas ao tabagismo e depressão foram comparáveis. Isto ilustra a importância potencial da depressão como um factor de risco para mortalidade - no entanto, as razões para isso exigem uma análise mais aprofundada."

Os investigadores não encontraram nenhuma associação entre a ansiedade e a mortalidade. No entanto, quando estudaram pacientes que tiveram ambas ansiedade e depressão encontraram menor mortalidade, com a maior redução naqueles que apresentaram sintomas de ansiedade moderada e o maior mortalidade em pacientes com menor ansiedade.

Dr. Mykeltun e colegas consideraram este achado como "contra-intuitivo", porque com ambas formas de ansiedade e depressão está associada pior saúde física e maior dificuldade, do que na depressão isolada.

Os investigadores sugerem que as pessoas que experimentam ansiedade podem ser mais propensas a pedir ajuda quando se sentem mal, sendo mais provável que sigam algum tratamento devido aos sintomas, e será menos provável que se envolvam em comportamento de risco que poderiam colocá-los em perigo de morte acidental. "Por outras palavras, pode haver uma vantagem evolutiva nos níveis moderados de ansiedade, uma hipótese que exige uma avaliação mais aprofundada", disseram.

SUGESTÃO:
Na Oficina de Psicologia existem recursos que o ajudam a enfrentar os desafios do Tabagismo, da depressão e ansiedade.

Para Tabagismo vá a http://oficinadepsicologia.com/respirando.pdf


Para depressão e ansiedade vá a http://oficinadepsicologia.com/experimentev02.pdf

Para saber mais:
Mykletun A, Bjerkeset O, Øverland S, et al . Levels of anxiety and depression as predictors of mortality: the HUNT study. Br J Psychiatry 2009 Aug;195:118-125 [ Abstract ]