domingo, 16 de agosto de 2009

Pode um casal sobreviver a uma Infidelidade?


São dificeis de encontrar estatísticas actualizadas mas segundo um estudo, cerca de 37% dos homens casados e 20% das mulheres casadas foram infiéis pelo menos 1 em vez, e 1 em cada 2,7 casais foi vítima deInfidelidade (The National Opinion Research Centre, 1992).

Ainda, mais 50 % dos casais que iniciaram Terapia de Casal fizeram-no porque um dos parceiros tinha sido infiel. Estes números são espantosos e incluem problemas de natureza sexual, e emocional.

Os problemas emocionais são considerados uma nova crise de Infidelidade e tornam-se provavelmente mais prevalentes devido à era tecnológica em que vivemos. Neste tipo de situações, pessoas que nunca teriam sido infíeis á relação atravessam a linha de uma amizade platónica para um relacionamento romântico, muitas vezes no local de trabalho e na Internet. Os relacionamentos românticos são diferentes das amizades platónicas porque, nas segundas, não há
1) uma intimidade emocional maior do que na relação conjugal,
2) o sigilo e ocultação do parceiro
3) química sexual.

Relações de Internet, que causam sofrimento no casal apesar da falta de contato físico real, são exemplo de problemas emocionais. No entanto, os problemas de tipo combinado em que relações extramaritais que ocorrem num contexto emocional intenso tem geralmente um impacto mais devastador(Glass, 2005).

Após a descoberta/divulgação devastadora da infidelidade, crises recorrentes e emoções intensas são a norma.

Pode uma relação sobreviver este tipo de uma crise? A resposta é sim;

A maioria dos relacionamentos não só pode sobreviver a uma infidelidade, como terapeutas de Casal observaram que muitos relacionamentos se tornam mais fortes e mais íntimos após a terapia de casal (AAMFT Consumers Update, 2005).

Em geral, o casal precisa de ultrapassar 3 fases para reconstruir a relação (Spring, 1996):

1) Há que instituir a segurança e tratar os sintomas traumáticos. Fundamental terminar qualquer contacto com o parceiro/a envolvido na relação extraconjugal. Quando este é um/a colega de trabalho, o contacto tem que ser estritamente profissional e os encontros necessários partilhados com o/a parceiro/a, nas conversas normais do fim de dia para reconstruir a confiança.


2) Partilhar a história da relação extraconjugal. Esta é uma fase dificil, dolorosa , mas necessária e que feita no contexto da consulta, moderada pelo Terapeuta, evita que seja uma processo inquisitorial. O princípio orientador nesta fase está em utilizar informações para melhorar a cura, versus exercer interrogatório destrutivo, como aquele que normalmente decorrer na intimidade do casal.

3) Compreender, integrar, contextualizar a relação extraconjugal e orientarem-se em direcção ao futuro. As componentes mais importantes desta fase são reconhecer as vulnerabilidades da relação e trabalhá-las. O casal desenvolve um renovado sentido de confiança, compromisso e uma responsabilidade partilhada de mudança.

Mais de 90% das relações extraconjugais ocorrem por uma necessidade de intimidade emocional do que por necessidades sexuais (Gottman, 1999).

Compreender como e porquê a desconexão emocional aconteceu no casamento é a chave; sobreviver a este problema significa ser honesto, sendo aberto e estar disposto a tomar as medidas necessárias para reconstruir a amizade e confiança.

Também requer que o parceiro infiel tenha a capacidade para empatizar com o seu cônjuge e o ajude a recuperar do sentimento de traição. Se ambos os parceiros se comprometerem a colaborar para tratar destas questões, a sua relação pode definitivamente sobreviver e prosperar, após a Infidelidade.

Autoria: Dr. Tanja Haley
Tradução livre: Catarina Mexia

Na Oficina de Psicologia existem consultas de Terapia Familiar onde esta realidade é possível.

Nelas são utilizadas técnicas que permitem aos casais atingiram as fases aqui descritas, com particular enfase para o EMDR. Esta é uma técnica potente para ultrapassar situções de trauma como a da infidelidade e cuja maior vantagem se relaciona com a diminuição de tempo necessário para obter os resultados pretendidos.

Para mais informações vá a : http://oficinadepsicologia.com/conjugal-familiar.htm

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